Ansiedade infantil: conheça os sintomas e como lidar com o problema

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 19 de outubro de 2024 às 07:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Psicóloga explica como pais podem ajudar crianças e adolescentes a lidarem com as crises de ansiedade

No Brasil, 35% das crianças e adolescentes desenvolveram ansiedade ou depressão depois da pandemia – foto Shutterstock

 

Alguns estudos nos últimos anos mostraram que houve um aumento nos casos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes.

Segundo essas pesquisas, esse cenário ocorreu devido a pandemia de Covid-19, que teve um impacto significativo na saúde mental dessa população.

No Brasil, por exemplo, uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP) mostrou que 35% dos jovens desenvolveram ansiedade ou depressão no período da crise pandêmica.

A psicóloga e fundadora da Tribo Mãe, Marília Scabora, explica que crianças e adolescentes com ansiedade e depressão podem demonstrar mudanças no comportamento, como irritabilidade, inquietação, dificuldade de concentração, alterações no sono e na alimentação.

Além disso, podem sofrer sintomas físicos, como dores de cabeça, dores no estômago, ou sentir a respiração mais acelerada.

“Muitas vezes, eles evitam situações sociais ou atividades que antes eram prazerosas. Em adolescentes, a preocupação excessiva com o futuro ou o desempenho pode ser um indicador importante”, conta ela.

“É importante que os pais estejam atentos ao próprio nível de estresse e ansiedade, pois as crianças captam esses sinais”, pontua.

Como lidar com as crises de ansiedade?

A ansiedade é um sentimento natural dos seres humanos que permite antecipar situações de risco e se preparar para os desafios diários.

No entanto, existem situações cujo estado ansioso é considerado um transtorno e requer tratamento psicológico.

“Se a ansiedade é desproporcional ao evento, dura por semanas ou meses, e afeta sua capacidade de funcionamento em casa, na escola ou nas interações sociais, é importante buscar uma avaliação profissional”, alerta Marília.

De acordo com a especialista, uma rotina que equilibre momentos de estrutura e flexibilidade pode trazer benefícios para crianças e adolescentes.

“Horários definidos para dormir, comer e estudar, intercalados com atividades livres, ajudam a criança a prever o que vai acontecer, o que traz segurança”.

“Além disso, incluir momentos de conexão com os pais, como ler juntos, caminhar ou fazer algo criativo, fortalece o vínculo e cria um ambiente acolhedor e estável”, diz.

Abaixo, a profissional listou cinco dicas importantes que ajudam nos momentos de crise de ansiedade:

1. Validação emocional

Escute o que a criança ou adolescente sente, sem minimizar suas preocupações, criando um espaço seguro para que eles possam expressar seus medos.

2. Criação de estratégias de respiração

Ensine técnicas simples de respiração, como inspirar lentamente pelo nariz e expirar pela boca. Isso ajuda a criança a recuperar o controle quando se sentir ansiosa.

3. Manutenção de uma rotina estruturada

Crianças e adolescentes se sentem mais seguros em um ambiente previsível. Estabelecer horários regulares para atividades diárias, como refeições, estudos e sono, pode reduzir a ansiedade.

4. Estimular o contato com a natureza

O simples ato de caminhar ao ar livre, brincar em parques ou praticar jardinagem pode ser muito eficaz para aliviar a ansiedade.

5. Criar oportunidades de autocuidado e relaxamento

Incentivar práticas como o mindfulness, a meditação ou até mesmo o simples ato de brincar e se divertir, sem pressões, pode ajudar a regular as emoções.

“Além disso, respeitar o tempo e o processo de cada criança é essencial. Nem todas as estratégias funcionarão de imediato, mas a presença constante e o apoio emocional fazem uma grande diferença no enfrentamento da ansiedade”, conclui Marília.

*Informações Alto Astral


+ Comportamento