compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Uma nova pesquisa, feita com pessoas de diferentes idades, mostrou que o tédio pode ser maior ao recorrer às trocas das redes sociais
Passar horas rolando a timeline das suas redes sociais não vai te distrair, acredite – foto Freepik
Passar horas descendo a timeline de redes sociais é um comportamento comum, especialmente quando se busca distração em momentos de espera ou tédio.
No entanto, uma nova pesquisa da Associação Americana de Psicologia, publicada no periódico Journal of Experimental Psychology: General, revela que fazer isso pode ter um efeito contrário, tornando o usuário ainda mais entediado e menos satisfeito com o conteúdo que está consumindo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram diferentes experimentos com 1,2 mil voluntários, de uma ampla faixa etária dos Estados Unidos, e estudantes universitários da Universidade de Toronto, no Canadá.
No total, foram 7 testes diferentes, que avaliaram o comportamento e escolhas online dos participantes.
Os dois primeiros experimentos — envolvendo 140 e 231 usuários, respectivamente — mostraram que as pessoas tendiam a pular os vídeos com mais frequência quando consideravam o conteúdo mais entediante.
Além disso, indicaram que os participantes acreditavam que ter a opção de pular um vídeo ou mudar para outro tornaria a experiência de visualização menos monótona.
Contudo, os testes seguintes contrariaram essas percepções. Em um terceiro momento, o qual apenas universitários participaram, os voluntários assistiram a um vídeo de 10 minutos no YouTube sem a possibilidade de pular uma parte ou acelerar.
Em outra fase, tiveram a liberdade de alternar entre sete vídeos de cinco minutos cada durante o mesmo período. Os grupos se mostraram mais entediados quando podiam pular partes dos vídeos do que quando não tiveram essa opção.
Essas trocas de conteúdo repentinas no mesmo intervalo de tempo são chamadas de trocas digitais.
“Se as pessoas querem uma experiência mais agradável ao assistir a vídeos, elas podem tentar manter o foco no conteúdo e minimizar a troca digital”, disse Katy Tam, autora do artigo, em comunicado.
“Assim como pagar por uma experiência mais imersiva em um cinema, mais diversão vem de mergulhar em vídeos online em vez de passar por eles.”
Porém, ao analisar 175 participantes de diferentes idades, os pesquisadores não observaram uma diferença no nível de tédio entre aqueles que assistiram a vídeos de cinco minutos e puderam alternar entre eles e aqueles que assistiram a um único vídeo de 10 minutos.
Além disso, nesse grupo, a sequência em que realizaram as tarefas de assistir aos vídeos afetou os níveis de tédio relatado.
Essa discrepância nos resultados pode ter a ver com diferenças geracionais na maneira com que determinadas faixas etárias lidam com os conteúdos online.
“Especulamos que pessoas de diferentes idades podem ter hábitos diferentes quando se trata de assistir a vídeos e alternar”, conta Tam, em entrevista ao jornal The Guardian.
“Como as pessoas consomem vídeos e como isso afeta o tédio pode variar com base na idade e nos hábitos de mídia digital, mas pesquisas são necessárias para investigar isso.”
Embora o estudo não tenha examinado se períodos curtos de atenção influenciaram o aumento do tédio ou contribuíram para a troca digital, os resultados indicam que assistir a pequenos trechos de vídeos ou avançá-los rapidamente de fato torna as pessoas mais entediadas.
O tédio é uma sensação relacionada à falta de motivação e estímulo. De acordo com a neuropsicologia, a monotonia pode impactar o cérebro de forma negativa, causando vários efeitos prejudiciais à saúde mental.
Quando o tédio persiste por um extenso período, está associado ao surgimento de sintomas depressivos, ansiedade e um aumento da irritabilidade.
*Informações Galileu