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Efetivo contra superbactérias e patógenos comuns, efeito do novo produto brasileiro dura por pelo menos quatro horas
Durante a pandemia de Covid-19 ficou claro como a ciência é capaz de criar produtos úteis para a sociedade, como o desenvolvimento de tecidos capazes de eliminar vírus e bactérias.
Agora, uma dessas pesquisas deu origem a um novo produto: a mesma tecnologia utilizada em máscaras capazes de inativar patógenos, agora é empregada em um creme hidratante com potencial antisséptico mais duradouro que o o do álcool gel.
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o produto é efetivo por, pelo menos, quatro horas e se se mostrou capaz de inativar, além do SARS-CoV-2, vírus e bactérias responsáveis por infecções comuns, como Gripe, Hepatite A, Varíola do Macaco e gastroenterites.
Comparação
“O álcool gel não vai deixar de ser uma boa opção, mas ele age por apenas alguns minutos, até evaporar, e não é tão efetivo contra alguns vírus, como da monkeypox”, disse Edison Luiz Durigon, professor do Instituto de Ciências Biológicas da USP, que participou do desenvolvimento do produto.
Por enquanto, o principal uso é no dia a dia, ao frequentar locais públicos, por exemplo. Os pesquisadores ressaltam, no entanto, que há potencial para uso por profissionais da alimentação, dada a segurança ao manipular alimentos, ou da saúde, visto a ação contra algumas superbactérias.
Como o creme funciona?
O princípio ativo recebeu o nome de Phtalox. Ele é derivado da ftalocianina, um composto natural de coloração verde com ação viricida e bactericida.
“Ele já vinha sendo utilizado no Japão, mas precisa de luz para funcionar”, explica Durigon. Uma pesquisa do Instituto de Química, no entanto, modificou essa substância com uma nanopartícula que faz com que ela seja funcional mesmo na ausência de luz.
Ela é efetiva porque funciona agindo na parte mais externa dos patógenos, de maneira muito diferente de um antibiótico – justamente por isso, a chance de gerar resistência é muito baixa.
O produto funciona como uma água oxigenada, que libera íons negativos que se ligam às moléculas da superfície dos patógenos, causando danos que inativam o agente. Essa atividade, no entanto, não é forte o suficiente para danificar as células humanas, e, de acordo com investigações preliminares, pode auxiliar na cicatrização.
Testes iniciais
Após cerca de um ano de análises, o cosmético, que recebeu o nome de Phitta Cream, acaba de receber aprovação da Anvisa e já começa a ser estudado, também, para finalidades terapêuticas.
Segundo uma notícia da Revista Veja, em testes iniciais, ele mostrou resultados promissores contra herpes e algumas infecções respiratórias – por enquanto, contudo, ainda está a alguns passos de passar pelos testes clínicos necessários para ser empregado dessa maneira.
Aos poucos, o dinheiro público investido é recompensado e começa a gerar renda para as instituições de pesquisa.