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Do clima mais frio e chuvoso aos problemas estruturais, o excesso de vapor d’água pode prejudicar a saúde, decoração e construção
Com as temperaturas mais frias e o inverno chegando, umidade é um problema comum nas casas – foto A Gazeta
Com a chegada das temperaturas mais frias e a proximidade do inverno, um problema recorrente costuma assolar as casas e os apartamentos brasileiros: a umidade.
Com menos sol, mais chuvas e janelas constantemente fechadas, o ar pode se tornar excessivamente úmido na parte interna.
“Em ambientes fechados, a umidade relativa do ar é mais alta que no ambiente externo. Enquanto você pode ter uma umidade abaixo de 60% na rua, dentro de casa a possibilidade de estar acima de 80% é grande”, explica João Paulo Galvão, gerente de engenharia da empresa de desumidificadores Thermomatic.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é entre 40% e 70% – percentuais acima ou abaixo desse nível podem causar desconforto e ser prejudiciais à saúde.
“Esses níveis podem ser verificados através de um higrômetro ou por um desumidificador de ar que tenha umidostato”, conta o especialista.
Além da umidade relativa do ar, alguns fatores também contribuir para deixar a casa mais úmida:
– Vapor do chuveiro quente;
– vapor das torneiras de água quente;
– umidade gerada na cozinha devido ao cozimento dos alimentos;
– umidade natural exalada pelo corpo humano;
– umidade das roupas e de outros tecidos molhados na lavanderia;
– quantidade de pessoas e plantas presentes no ambiente.
“Toda essa umidade influencia no ambiente, além de outros fatores importantes, como chuvas regulares, cidades ou locais perto de serra ou montanha e residências próximas a rios, lagos ou praias”, destaca João.
Decoração em risco
O ambiente com excesso de vapor d’água no ar pode acarretar danos à estrutura do imóvel e à mobília decorações e aos objetos pessoais.
Entre os principais problemas estão:
– Mofo e bolor em paredes, tetos, mobília, livros, documentos e alimentos;
– embaçamento frequente de vidros, manchando-os com o tempo;
– condensação nas paredes e nos pisos;
– estufamento e esfarelamento de móveis de madeira;
– presença de ferrugem em metais.
De todos, o mais prejudicial deles é o surgimento de mofo, que também pode gerar problemas respiratórios, de pele e alergias.
Manchas brancas ou esverdeadas em roupas e acessórios no guarda-roupa, além de um cheiro desagradável nas peças, pode indicar que a umidade em casa está alta.
Outro sinal visível são as manchas de cor amarelada ou preta que surgem em paredes e teto, deixando o ambiente com um mau aspecto e desagradável.
“O cheiro pode mudar, tornando-se mais pungente. A umidade pode deixar o ambiente frio, estragar os objetos e causar perdas materiais, danificando fios elétricos e enferrujando metais”, comenta Isabella.
Para se livrar do mofo, a arquiteta Isabella Nalon dá a dica: limpe a área afetada e descarte tudo que está contaminado pelo bolor.
“Se a superfície afetada for uma parede pintada, será necessário raspar a tinta antes de repintar. Caso sejam os rodapés, remova-os e substitua-os por novos. Antes de aplicar qualquer novo material, é fundamental deixar a área secar completamente”, explica.
Entre os móveis, a umidade pode fazer com que descasquem, criem manchas, enferrujem ou estufem. Já os pisos podem começar a, lentamente, soltar-se.
“Indicativos de alta umidade incluem, primeiramente, a sensação de umidade no ambiente. Sintomas alérgicos, como coceira nos olhos, tosse e irritação nasal, também sugerem o problema”, aponta Isabella.
Isso porque, além dos danos materiais, a alta umidade do ar aumenta em até 40% a proliferação de fungos, ácaros e bactérias, segundo João.
“Esses microrganismos são nocivos para a saúde e desencadeiam crises de doenças respiratórias como asma, rinite, bronquite e sinusite”, aponta.
Um ambiente com muito vapor d’água também pode trazer uma sensação desconfortável, já que atrapalha a dissipação de calor do corpo e aumenta a sensação térmica.
“Para não correr o risco de ter problemas com umidade, é viável que o projeto de decoração contemple o desumidificador, principalmente em locais conhecidos pelo excesso de umidade”, sugere João.
Problemas estruturais
A umidade em casas e apartamentos pode ser causada também por alguns problemas estruturais nas edificações, agravados pelo tempo mais frio e chuvoso.
“O primeiro fator é a falta de isolamento térmico ou impermeabilização adequada. Se a impermeabilização do piso estiver mal feita, a umidade pode penetrar pelo chão e subir pelas paredes”, diz a arquiteta.
Segundo ela, as paredes externas dos edifícios precisam ter pingadeiras para evitar o acúmulo de água da chuva na fachada. Além disso, janelas e portas devem ter vedações eficientes.
“Identifique e repare áreas com infiltração. Certifique-se de que os rejuntes estejam bem feitos e não haja vazamentos em torneiras ou telhados”, orienta a arquiteta.
“Quando estamos construindo, é essencial analisar detalhadamente a umidade do solo, a presença de lençóis freáticos e preparar uma estrutura adequada usando os materiais corretos”.
“Por exemplo, ao construir uma casa, utilizo rodapés de poliestireno, que são mais resistentes do que os de madeira”, indica Isabella.
Áreas com muitas árvores e vegetação densa também tendem a gerar níveis de umidade mais elevados.
Um passo importante é garantir uma ventilação adequada nestes espaços, abrindo portas e janelas regularmente para permitir a circulação de ar e a entrada de luz solar.
“O uso de ar-condicionado pode ajudar a controlar a temperatura interna e a reduzir a umidade”, finaliza Isabella.
*Informações Casa e Jardim