Consumo de calçados na América Latina deve crescer mais de 4% nos próximos anos

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 30 de maio de 2024 às 18:30
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Apostas dos empresários de calçados estão na mesa para segundo semestre

A produção de calçados, comércio do setor e projeções da atividade na América Latina foram temas da 26ª edição do Foro Latinoamericano de Calzado, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) durante o dia 20 de maio.

O evento aconteceu em São Paulo/SP e antecedeu a realização da BFSHOW, no Transamerica Expo Center, entre 21 e 23 de maio.

Abrindo as apresentações, a coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, falou sobre o mercado de calçados na América Latina e janelas de oportunidades para o setor.

PIB trilionário

Com um PIB de US$ 6,6 trilhões, que representa mais de 6% de toda a economia mundial, a América Latina possui 665 milhões de habitantes e um mercado gigantesco a explorar.

Já a produção de calçados do bloco é a segunda maior do mundo, atrás apenas da Ásia, com mais de 1,5 bilhão de pares produzidos por ano.

“A perspectiva é de um crescimento do PIB regional em torno de 2% a 2,5% nos próximos dois anos, média acima das economias desenvolvidas. Trata-se de um mercado potencial para calçados, com projeção de crescimento de mais de 4% no consumo nos próximos cinco anos”, disse.

As importações

Segundo a coordenadora, embora o grande mercado, o consumo de calçados intra-bloco ainda é muito dependente das importações, especialmente da Ásia.

“Em 2023, as importações de calçados na América Latina ficaram próximas de US 7 bilhões. O nosso saldo comercial, como bloco, é deficitário em 3,6%. As importações de calçados da Ásia são 85% do total. Existe espaço para crescimento intra-bloco”, comentou Priscila.

Entre as vantagens do comércio intra-bloco, Priscila destacou a proximidade geográfica, que favorece a logística para escoamento de produtos, as similaridades culturais, as tarifas reduzidas para importação proporcionadas por relações bilaterais entre os países latino-americanos, entre outros pontos.

Por fim, como ferramenta de incremento de competitividade, a coordenadora salientou as práticas ESG.

“Nossa indústria de calçados na região já é mais sustentável do que a mundial, em especial a da Ásia. Precisamos usar o nosso posicionamento para ter vantagens competitivas diante de um consumidor mais exigente”, comentou.

Segundo ela, mais de 50% da geração de energia elétrica na América Latina é oriunda de fontes renováveis, mais do que o dobro da média mundial.

No campo social, enquanto China, Vietnã e Indonésia ratificaram apenas 25 convenções da Organização Mundial do Trabalho (OIT), em média, os países da América Latina ratificaram mais de 70 convenções do órgão, em média.


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