Por que perdemos celular, chaves e óculos? Veja a explicação de psicólogas

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 17 de maio de 2024 às 09:00
  • Modificado em 17 de maio de 2024 às 10:03
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Entre os vilões capazes de afetar a memória estão o consumo de álcool, cafeína e a privação de sono, dizem as psicólogas

As psicólogas Megan Sumeracki e Althea Kaminske afirmam que armazenar informações é um processo complexo e que, apesar de personagens com memória fotográfica serem comuns em filmes, essa é uma condição bem rara na vida real.

As duas dizem que ela não se assemelha a um gravador que registra tudo – na verdade, está mais para uma página de Wikipedia, sendo continuamente editada.

A dupla acaba de lançar o livro “The psychology of memory” (“A psicologia da memória”), com dicas para incrementar a capacidade de aprendizado e retenção de informações.

A doutora Kaminske escreve: “assim como muitas pessoas, perco um tempo embaraçoso procurando celular, chaves ou a garrafinha de água. O interessante é que nossa memória não foi desenhada para lembrar onde pusemos as coisas”.

Distrações

Na obra, as autoras sugerem técnicas para evitar distrações. Por exemplo, colocar a bolsa no banco de trás do carro para não ignorar algo que deve ser levado: de um presente ou caixa de documentos a uma criança pequena sentada na cadeirinha…

A estratégia é criar “deixas”, pondo coisas em lugares visíveis para não esquecer as tarefas. Outra técnica simples para fixar uma informação nova, como o nome de um colega recém-contratado, é repeti-la com frequência. Pode soar um pouco exagerado, mas algo como: “Oi, João, bom te ver. Está tudo bem, João?”

Entre os vilões capazes de afetar a memória estão o consumo de álcool, cafeína e a privação de sono. É mais fácil lembrar quando a informação é recebida num ambiente relevante ou diferente do habitual, como quando estamos em contato com a natureza ou durante uma viagem.

Por que guardamos algumas recordações e descartamos outras foi também a indagação que cientistas Universidade de Yale propuseram a um modelo computacional baseado em inteligência artificial a partir de um estudo observacional com um grupo.

Trocando em miúdos

Trocando em miúdos: para as pessoas que participavam do projeto, foi pedido que rememorassem de imagens específicas de uma sequência de cenários que havia sido apresentada rapidamente.

As mesmas imagens tinham que ser reconstituídas pela IA. O que os pesquisadores descobriram: quanto maior a dificuldade para o modelo computacional reconstruir o cenário, mais facilmente ele era recordado pelos participantes.

“A mente prioriza lembrar coisas que não consegue explicar bem. Se uma cena é previsível, nada surpreendente, pode ser ignorada, enquanto o inusitado é retido”, disse Ilker Yildirim, professor da universidade e autor sênior do trabalho, publicado na revista “Nature Human Behavior”.

(Com informações do portal G1)


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