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O distúrbio é caracterizado pela obstrução das vias aéreas durante o sono e está associado ao sobrepeso e à obesidade
Cerca de 100 milhões de pessoas no mundo sofrem com apneia do sono, segundo OMS – foto Freepik
Zepbound, um medicamento popular para perda de peso, também pode ajudar pessoas com apneia obstrutiva do sono, de acordo com declaração da fabricante de medicamentos Eli Lilly, feita nesta quarta-feira (17).
Com base nos resultados de testes realizados em pessoas com apneia do sono, a empresa afirmou que planeja enviar o material para a FDA (Food and Drug Administration) para potencialmente expandir o uso do Zepbound para apneia obstrutiva do sono.
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio que faz as pessoas pararem brevemente de respirar enquanto estão dormindo, eventualmente, várias vezes por hora.
Essa condição pode impedir uma pessoa de se sentir completamente descansada, pois seu cérebro as desperta quando o corpo percebe que elas não estão mais respirando.
O distúrbio também pode tornar as pessoas muito mais propensas a desenvolver outros problemas de saúde graves, como doença coronariana, insuficiência cardíaca e derrame.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que cerca de 100 milhões de pessoas têm esse distúrbio globalmente.
Embora as pessoas estejam mais propensas à apneia obstrutiva do sono à medida que envelhecem, muitas vezes, a condição se desenvolve quando os pacientes ganham peso e têm sobrepeso ou obesidade.
Depósitos de gordura ao redor das vias aéreas superiores acabam obstruindo-as, o que interrompe a respiração normal.
Estudos anteriores mostraram que quando as pessoas perdem peso, isso pode ajudar a melhorar sua apneia do sono.
A FDA aprovou o Zepbound para tratar a obesidade em novembro*. O medicamento contém o ingrediente ativo tirzepatida, que foi originalmente aprovado em 2022 para tratar diabetes tipo 2 sob o nome de Mounjaro.
Alguns médicos têm prescrito a injeção semanal fora da indicação para pessoas com apneia obstrutiva do sono, e a Lilly tem testado o medicamento para apneia obstrutiva do sono desde junho de 2022.
A empresa divulgou resultados preliminares dos estudos na quarta-feira (17) que mostraram que pacientes adultos com obesidade e apneia obstrutiva do sono que foram tratados com o medicamento apresentaram uma melhora na apneia do sono em comparação com adultos que não receberam o medicamento. O estudo contou com a participação de mais de 400 pessoas.
Um estudo analisou o efeito do medicamento em pessoas que não estavam dispostas ou não podiam usar a terapia de pressão positiva nas vias aéreas (PAP), uma máquina que bombeia ar pressurizado nas vias aéreas de uma pessoa para mantê-las abertas e prevenir problemas respiratórios enquanto dormem.
As pessoas que usam a máquina devem usar uma máscara ou um dispositivo nasal, e algumas pessoas acham difícil dormir com o aparelho. O outro estudo analisou um grupo que usava ou planejava continuar usando a máquina PAP.
Os testes de estágio avançado mostraram que as pessoas tiveram menos eventos de respiração enquanto dormiam quando estavam usando o medicamento, em comparação com aquelas que não receberam o medicamento.
Houve apenas uma diferença leve entre aqueles que estavam usando terapia PAP.
Aqueles que tomaram o medicamento nessa parte do estudo também perderam peso. Eles viram uma redução média de mais de 18% no peso corporal desde o início do estudo.
Aqueles que estavam no grupo do placebo perderam 1,3%, segundo a empresa.
Após um ano, aqueles com apneia obstrutiva do sono moderada a grave que estavam tomando o medicamento e não usando terapia PAP viram uma redução de 27,4 eventos por hora, em comparação com uma redução de 4,8 eventos por hora nos participantes que receberam o placebo.
No segundo estudo, os pesquisadores descobriram que as pessoas que usavam ou planejavam usar a terapia PAP e tomavam o medicamento apresentaram uma redução ligeiramente maior no número de eventos enquanto dormiam.
Aos 52 semanas, aqueles que tomaram o medicamento viram uma redução média de 30,4 eventos por hora, em comparação com uma redução média de seis eventos por hora em pessoas que receberam um placebo.
No segundo estudo, as pessoas que tomaram o medicamento viram uma redução de peso de 20,1% em relação à linha de base, em comparação com 2,3% entre aqueles que tomaram o placebo.
Os resultados ainda não foram revisados por pares ou publicados em um periódico médico.
*Informações CNN