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Liderado por Hernanes, Tricolor reagiu no segundo turno e conseguiu escapar da degola
A temporada 2017 foi frustrante para o São Paulo. Apesar do início promissor, com a aposta no ídolo Rogério Ceni como técnico, o time tricolor sofreu com as vendas de jogadores importantes, decepcionou nas partidas decisivas e se viu novamente em apuros no Campeonato Brasileiro, completando o seu quinto ano consecutivo sem conquistar títulos oficiais.
Raro momento de felicidade no ano, a pré-temporada, no entanto, animou a torcida são-paulina. Rogério Ceni e os auxiliares estrangeiros Michael Beale e Charles Hembert iniciaram o trabalho prometendo aplicar treinos inovadores aos atletas. Motivados, eles voltaram dos Estados Unidos com a conquista da Copa Flórida, após vitória nos pênaltis sobre o rival Corinthians.
Dono de um futebol ofensivo durante os primeiros meses de 2017, o São Paulo não teve dificuldades para avançar no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil, principais focos do primeiro semestre. Nas fases mais agudas dessas competições, contudo, escancarou as suas deficiências.
Na quarta etapa do torneio nacional, o triunfo por 2 a 1 em Belo Horizonte não foi suficiente para se recuperar da derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro no Morumbi. No estadual, sucumbiu diante do Corinthians nas semifinais, após novo revés por 2 a 0 em casa e empate por 1 a 1 em Itaquera.
Em meio às primeiras decepções de 2017, o clube efervescia nos bastidores. No dia 18 de abril, em uma votação apertada, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, venceu o oposicionista José Eduardo Mesquita Pimenta e se manteve na presidência para o triênio 2018-2020.
O discurso do dirigente, que vinha de um mandato tampão após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, era de modernizar o clube através do novo estatuto, e das criações do Conselho de Administração, do qual Raí fez parte inicialmente, e de uma diretoria profissional remunerada.
No mês seguinte, no entanto, a eliminação logo na primeira fase da Copa Sul-Americana para o modesto Defensa y Justicia, após empates sem gols na Argentina e por 1 a 1 em pleno Morumbi, foi o prenúncio de que 2017 não terminaria bem para o São Paulo.
O clube começou o Brasileiro pressionado e logo teve três baixas em seu elenco: Maicon, Luiz Araújo e Thiago Mendes foram vendidos. O primeiro assinou com o turco Galatasaray, enquanto os dois últimos reforçaram o francês Lille. Antes do trio, David Neres e Lyanco já haviam sido negociados com Ajax, da Holanda, e Torino, da Itália, no começo do ano.
Novamente desmanchado, a exemplo das temporadas 2015 e 2016, o Tricolor não demorou a demonstrar fragilidade ao entrar na zona de rebaixamento ao final da 11ª rodada do torneio nacional. A derrota por 2 a 0 para o Flamengo, na Ilha do Urubu, ainda culminou com a demissão do técnico Rogério Ceni.
Com a missão clara de livrar o clube do que seria o seu maior vexame da história, Dorival Júnior foi contratado no início de julho. Com muitas dificuldades, o treinador, aos poucos, foi impondo seu estilo no time, ao mesmo tempo em que o clube chegava a 19 reforços ao todo para a temporada 2017.
Liderado por Hernanes, anunciado de forma repentina em meados de julho, o São Paulo reagiu no segundo turno e conseguiu escapar da degola após ocupar a zona de rebaixamento em 14 rodadas. No fim, ainda chegou a sonhar com uma vaga na Copa Libertadores, mas terminou o torneio no modesto 13º lugar, com 50 pontos – pior campanha da equipe na história do Brasileiro de pontos corridos com 20 clubes, disputado desde 2006 -, classificando-se à Sul-Americana de 2018.
A despeito do término da temporada dentro das quatro linhas, os bastidores continuaram agitados no Morumbi. Insatisfeito com as intromissões de Leco nas negociações, Vinicius Pinotti pediu demissão do cargo de diretor-executivo de futebol. O ex-jogador e ídolo Raí aceitou o convite e deixou o Conselho de Administração para assumir o departamento de futebol e o planejamento para 2018.