Entenda como a IA pode prever infartos com 10 anos de antecedência

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 26 de novembro de 2023 às 12:00
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Doenças cardiovasculares, como infartos, que continuam a ser a principal causa de morte no mundo, fazem todos os anos mais de 17 milhões de vítimas

Doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortes no mundo – foto Freepik

 

Doenças cardiovasculares, como infartos, que continuam a ser a principal causa de morte no mundo, fazem todos os anos mais de 17 milhões de vítimas. E estima-se que esse número possa chegar a 23,6 milhões até 2030.

Apesar de o número de doenças cardiovasculares seguir aumentando, o índice de mortalidade por ataques cardíacos diminuiu significativamente, graças a medidas preventivas e melhores cuidados médicos de emergência.

Com a ajuda da inteligência artificial (IA), essa tendência animadora deve ganhar ainda mais força no futuro.

Isso porque a IA é capaz de detectar potenciais ameaças a tempo, e este é seu grande trunfo: a partir de uma variedade de dados de exames, a IA pode encontrar padrões ou irregularidades específicas com muito mais rapidez que os mais bem treinados profissionais.

Detectando infartos 10 anos antes de eles ocorrerem

No futuro, a IA poderia salvar a vida de milhares de pacientes com dores no peito e cujo risco de um ataque cardíaco não tenha sido detectado em uma tomografia computadorizada – muitas vezes, estreitamentos sutis nas artérias coronárias acabam passando batido nos exames mas, em caso de inflamação, podem se romper e bloquear as artérias, provocando um infarto.

Até recentemente, não era possível identificar com antecedência esses pacientes de alto risco. Agora, uma ferramenta de IA desenvolvida por pesquisadores de Oxford pode detectar mesmo as mais sutis anomalias nas artérias coronárias e prever o risco de infarto pelos próximos dez anos em um paciente com dores no peito.

Fruto de um estudo financiado pela British Heart Foundation, a invenção foi apresentada em um painel científico na American Heart Association na Filadélfia, Estados Unidos.

Muitos pacientes de risco passam despercebidos

Para o estudo, a equipe liderada pelo professor Charalambos Antoniades, do Radcliffe Department of Medicine da Universidade de Oxford, analisou os dados de mais de 40 mil pacientes de oito hospitais britânicos que fizeram uma tomografia do coração como parte de uma rotina de exames.

A tomografia cardíaca é um exame padrão para detectar estreitamentos ou obstruções nas artérias que irrigam o órgão. Só no Reino Unido, aproximadamente 350 mil pessoas por ano fazem esse exame.

Cerca de três em cada quatro casos analisados não apresentavam sinais claros de estreitamentos significativos nas artérias coronárias, e os pacientes foram liberados sem tratamento adicional.

Mas a análise dos dados por Antoniades e sua equipe revelou que uma parcela dessas pessoas liberadas, ao contrário do que se acreditava, era especialmente vulnerável: a incidência de infarto ou insuficiência cardíaca seguida de morte nesse grupo foi dobrada.

*Informações Metrópoles


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