Onda de calor: como cuidar dos pets durante as altas temperaturas?

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 15 de novembro de 2023 às 08:30
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Para garantir o bem-estar dos animais e protegê-los durante esse período, é crucial adotar medidas preventivas e proporcionar um ambiente seguro e confortável

Altas temperaturas podem trazer consequências sérias para a saúde dos pets – foto Freepik

 

A chegada das altas temperaturas em ondas de calor cada vez mais frequentes pode ter consequências para a saúde dos animais de estimação.

Cães e gatos, cheios de pelos, também sofrem quando os termômetros aumentam. Já notou o seu pet babando mais do que o normal, com a língua para fora, meio ofegante, ou sem apetite durante o dia?

Estes são alguns sinais de que o bichinho está sentindo os efeitos do calor.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) o número de estados em alerta máximo por conta do calor subiu para 15 estados, mais o Distrito Federal.

Para garantir o bem-estar dos animais e protegê-los durante esse período, é crucial adotar medidas preventivas e proporcionar um ambiente seguro e confortável para os pets.

De acordo com o mestre em ciências veterinárias Roberto dos Santos Teixeira, o excesso de calor pode causar hipertermia nos animais e até mesmo levar à morte.

“A temperatura dos cães vai de 37,5 graus a 39,5 graus, no normal. Se você superaquece, vai a 41, 42, 43, 44 graus, esse animal entra em internação, que se assemelha para a gente com a insolação”.

“E ele pode ter uma coisa coisa chamada CID, coagulação intravascular disseminada. Todas as plaquetas se agregam e esse animal começa a fazer trombo e entupir as artérias importantes. Ele pode sangrar por todos os orifícios: ouvido, nariz, mucosa oral… e vir a óbito rapidamente”, alerta o médico veterinário.

Para ajudar os animais a sentir menos essa onda de calor, o especialista explica que alguns cuidados são importantes.

Com os gatos, é necessário controlar o ambiente para que sejam menos expostos as altas temperaturas. “Não deixar a casa fechada, se possível deixar o ventilador de teto ligado, a água deve ser fresca, trocada várias vezes por dia. Também vale usar fontes ou comedouros de barro, que mantém a água mais gelada”, lembra Teixeira.

O veterinário Fábio Augusto Marques reforça a importância do cuidado com a hidratação do pet: “Nessa onda de calor que estamos enfrentando, é imprescindível estimularmos a ingestão de agua de cães e gatos”.

“De modo geral, para os cães e gatos é extremamente eficiente aumentarmos a distribuição de bebedouros pela casa, sempre ofertando água de qualidade, fresca e em quantidade, podendo até colocar pedras de gelo dentro do bebedouro para manter a temperatura mais baixa por um período maior”, explica.

Hidratação é fundamental

Assegure-se de que seu pet tenha acesso constante à água fresca. O calor pode aumentar a sua sede, e a desidratação é um risco real. Mantenha potes de água limpos e frescos em diferentes áreas da casa e durante passeios ao ar livre.

Alguns sinais de desidratação são: falta de elasticidade de pele (tugor cutâneo), gengivas secas, olhos saltados e secos, respiração bem ofegante e apatia e até a perda de apetite.

Sorvetes? Sim, por favor

Marques afirma que sorvetes de frutas são recomendados. “Ajudam na hidratação e no controle térmico e são ótimos como enriquecimento ambiental para os pets”.

Horários adequados para atividades físicas

Evite exercícios intensos nos horários mais quentes do dia. Opte por caminhadas e brincadeiras pela manhã ou no final da tarde, quando as temperaturas estão mais amenas. Calçadas e superfícies quentes podem queimar as patas sensíveis dos animais.

“No horário mais quente do dia, o animal pode, ainda, superaquecer, porque a demanda de calor não será suficiente para manter a temperatura da pele”, diz Teixeira. É que tanto o cão, quanto o gato não transpiram: toda troca de calor deles é feita pela respiração.

“Os melhores horários para passeios são pela manhã, até as 09h, ou após as 17h da tarde”, reforça o especialista.

Sombras e refúgios

Certifique-se de que seu pet tenha acesso a sombras em áreas externas. Caso ele fique ao ar livre, forneça um abrigo adequado, como uma casinha ou uma área coberta, para protegê-lo do sol intenso.

Proteção solar

Animais de pele clara ou com pelos curtos podem sofrer queimaduras solares. Consulte o veterinário sobre o uso de protetores solares específicos para pets, principalmente nas orelhas, focinho e barriga.

Atenção à respiração

Cães e gatos regulam sua temperatura principalmente por meio da respiração. Esteja atento a sinais de dificuldade respiratória, salivação excessiva e gengivas muito vermelhas. Caso observe algo incomum, consulte um veterinário imediatamente.

“A melhor maneira de conferir a temperatura corporal desses animais em casa é observando o seu comportamento. Cães e gatos com temperatura corporal alta devido ao calor, ficam ofegantes, pois a sua regulação de temperatura corporal é realizada pelo sistema respiratório, trocando o ar quente pelo ar frio do ambiente”, enfatiza o profissional.

Não deixe animais em carros

Jamais deixe seu pet dentro de um carro estacionado, mesmo por curtos períodos. As temperaturas internas podem subir rapidamente, colocando a vida do animal em risco.

Ventilação

Permita que os pets tenham acesso a superfícies frias, como pisos de azulejo, para se refrescarem. Mantenha uma boa circulação de ar em ambientes fechados.

Banhos constantes

Banhos regulares ajudam a manter a temperatura corporal do pet estável. Toalhas úmidas aplicadas no corpo, especialmente nas patas e na barriga, proporcionam alívio imediato do calor.

Tosagem adequada

Em animais de pelagem longa, considere uma tosagem mais curta para o verão. Isso ajuda a reduzir o acúmulo de calor.

Quais raças apresentam mais riscos?

Fábio conta que é preciso ter mais cuidado com os cães braquicefalicos (exemplos: Shih-tzu, Lhasa, Pug, Buldogue entre outras). “Devido ao focinho desses animais serem mais curtos, quando comparados a outras raças, há maior dificuldade no controle térmico”, diz.

*Informações CNN

 

 


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