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Segundo a psiquiatra Gesika Amorim, fatores sociais dificultam o diagnóstico do autismo em mulheres adultas
No autismo de nível 1, os sintomas são mais leves, dificultando diagnóstico em mulheres adultas – foto Freepik
O autismo é uma condição neurológica que compromete a interação social, a comunicação e o comportamento em diversos níveis. Nos níveis 2 e 3, as características do espectro autista são mais marcantes tanto em homens quanto em mulheres.
Porém, no autismo de nível 1, os sintomas são mais leves, por isso, existe uma grande dificuldade no diagnóstico, principalmente entre as mulheres. Isso faz com que ele aconteça, muitas vezes, tardiamente.
De acordo com Gesika Amorim, neurologista e psiquiatra, as mulheres autistas de nível 1, geralmente, têm uma boa capacidade de comunicação. No entanto, apresentam dificuldades de compreensão da fala e da linguagem.
“Elas não conseguem compreender piadas de duplo sentido, metáforas e não conseguem se inserir bem nos jogos sociais, principalmente na adolescência”, esclarece a especialista em autismo.
Dificuldade no diagnóstico
Por pressão social, as mulheres, de modo geral, possuem uma necessidade maior de agradar. Por isso, as mulheres autistas acabam, na maioria dos casos, camuflando o espectro para serem acolhidas no meio em que estão inseridas, o que dificulta o diagnóstico.
“Eu costumo dizer que uma das características principais, o que chama mais atenção nessas mulheres dentro do espectro autista, é a capacidade de vestir várias máscaras para se sentirem acolhidas nos diferentes grupos sociais, nas diferentes tribos. Elas passam por diferentes grupos tentando serem aceitas nessas diferentes características”, comenta Amorim.
Em razão disso, as mulheres com autismo também possuem maior probabilidade de se envolverem em relações abusivas.
“Essas mulheres têm dificuldade de serem assertivas nos relacionamentos e de dizerem não. Elas costumam se envolver em relacionamentos ruins, levando essas mulheres a um esgotamento emocional e psíquico”, explica.
Assim, é muito comum que essas mulheres sejam negligenciadas e recebam o diagnóstico de outros transtornos psiquiátricos, quando na realidade estão dentro do espectro.
“Por isso, ela não consegue se inserir socialmente, não consegue se entender e nem se aceitar como ela é, porque no fundo ela não sabe quem ela é”, pontua a especialista.
Tratamento
Pela dificuldade de diagnóstico do autismo em mulheres adultas, é comum que muitas delas façam uso, durante anos, de diversos tipos de medicamentos, sem conseguir uma melhora dos sintomas.
Por isso, Gesika afirma que é importante passar por um profissional que tenha experiência em autismo para realizar o diagnóstico correto.
“É preciso buscar um profissional qualificado, passar por uma avaliação neuropsicológica com um neuropsicólogo. Autismo em adultos é um transtorno comportamental”.
“Então procure um psiquiatra experiente, com referência. Ele vai indicar uma neuropsicóloga e ela vai reiniciar uma testagem longa para esse diagnóstico ser bem fundamentado”, finaliza.
*Informações Alto Astral