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Os especialistas entendem que esse trabalho pioneiro pode ter implicações significativas em doenças como o Alzheimer
Pesquisadores de uma universidade da Irlanda descobriram que é possível reverter a perda de memória em humanos. Usando técnicas de interferência retroativas em ratos, os especialistas viram que é possível estimular células para recuperar memórias perdidas em certas situações.
Publicada na revista científica Cell Reports, o estudo da Trinity College Dublin (Irlanda), colocaram os animais para associar um objeto específico a um contexto, e depois reconhecer quando ele foi deslocado do contexto original.
Para estudar o resultado dessa forma de esquecimento da própria memória, os cientistas usaram uma técnica chamada optogenética, reativando um grupo de células cerebrais que armazenam uma memória específica.
Interferência Retroativa
O estudo para entender se é possível reverter a perda de memória em humanos se dividiu em duas partes, e a primeira delas foi a interferência retroativa.
Segundo os especialistas, diferentes experiências que ocorrem muito próximas podem causar um esquecimento natural de memórias recém-formadas.
Ao aplicar essa técnica em ratinhos, eles comprovaram que os camundongos esquecem essas associações de objetos na sala quando eventos concorrentes interferiram na primeira memória.
Optogenética
O resultado do primeiro teste, com os ratos associando objetos fora e dentro de seus respectivos contextos, levou os pesquisadores ao segundo momento do estudo; a optogenética.
Essa técnica se caracteriza por estimular células do engrama (grupo de células cerebrais que armazenam memória específica) com luz.
Ao estimular os animais, os especialistas buscavam entender a ativação e o funcionamento dessas células depois que o esquecimento esqueceu.
“As memórias são armazenadas em conjuntos de neurônios chamados ‘células do engrama’ e a recuperação bem-sucedida dessas memórias envolve a reativação desses conjuntos. Por extensão lógica, o esquecimento ocorre quando as células do engrama não podem ser reativadas. No entanto, está ficando cada vez mais claro que as próprias memórias ainda estão lá, mas os conjuntos específicos não são ativados e, portanto, a memória não é recuperada”, disse Tomás Ryan, professor Associado na Escola de Bioquímica e Imunologia da Trinity College.
Para ele, é como se as memórias estivessem guardadas em um cofre, mas não é possível lembrar a senha para desbloqueá-lo.
Relembrando
Ao usar a luz na estimulação, Tomás e sua equipe descobriram que os camundongos conseguiam reativar as memórias perdidas em situações comportamentais.
Além disso, os ratinhos que receberam novas experiências relacionadas às memórias esquecidas, tiveram seus engramas ‘perdidos’ rejuvenescidos.
“Nossas descobertas aqui apoiam a ideia de que a competição entre engramas afeta a recordação e que o traço de memória esquecido pode ser reativado por pistas naturais e artificiais, bem como atualizado com novas informações”, disse Livia Autora, bolsista de pós-graduação do Iirish Research Council (IRC).
Segundo o portal Só Notícia Boa, com a novidade, os especialistas entendem que esse trabalho pode ter implicações significativas em doenças como o Alzheimer, onde os processos diários de esquecimento podem ser atividades erroneamente.