Consumo de calçados deve aumentar mais de 3% em 2023, projeta Abicalçados

  • Marcia Souza
  • Publicado em 23 de maio de 2023 às 18:30
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Apesar do incremento, o consumo interno de calçados, que deve ficar entre 754 e 757 milhões de pares

Apesar do incremento, o consumo interno de calçados, que deve ficar entre 754 e 757 milhões de pares

O consumo interno de calçados vai puxar o crescimento da indústria calçadista brasileira durante este ano.

A projeção da Abicalçados aponta para uma alta superior a 3% em relação a 2022 nas vendas do varejo doméstico, que absorvem mais de 85% da produção do setor.

Apesar do incremento, o consumo interno de calçados, que deve ficar entre 754 e 757 milhões de pares, ainda fica cerca de 7% abaixo do nível prévio à pandemia.

Os dados foram anunciados em abril durante o Análise de Cenários, realizado pela entidade no formato digital.

A iniciativa marcou, ainda, o lançamento do Relatório Setorial Indústria de Calçados – Brasil, que trouxe dados, análises e projeções de curto e médio prazos para a atividade.

Cenário econômico

De acordo com o doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis, que falou sobre o cenário macroeconômico internacional e nacional no evento, a inflação mundial elevada nas principais economias, o ajuste de estoques nos Estados Unidos influencia nos números.

Assim como a redução dos preços dos fretes internacionais e a retomada da China após um período de restrições provocado pela política de Covid Zero devem impactar nas exportações brasileiras.

“A valorização do real diante do dólar, resultado da alta taxa de juros praticada no Brasil e da queda dos juros nos Estados Unidos, também deve ter impacto nos resultados das exportações”, disse.

Economia brasileira

A economia brasileira, por sua vez, deve crescer 0,9% em 2023, depois de um crescimento mais expressivo, de 2,9% no ano passado.

“O Brasil, já falamos em outras oportunidades, tem um teto de crescimento provocado pelas dificuldades estruturais, de falta de investimentos públicos e privados. Hoje, operamos com a taxa de juros elevada, o que dificulta e encarece ainda mais o crédito”, ressaltou Lélis.

O endividamento das famílias, ainda em padrões muito elevados, de 78,3%, também deve impactar no crescimento da economia nacional.


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