Três marcas de repelentes denunciadas por falta de proteção e erros no rótulo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de novembro de 2017 às 13:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:25
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A decisão foi tomada após a realização de testes com 11 marcas e problema levado à ANVISA

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) denunciou três marcas de repelente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão foi tomada após a realização de testes com 11 marcas.

Outras duas marcas apresentaram o mesmo problema. O Isdin Xtrem diz, na embalagem, que sua ação dura sete horas. Mas, durante os testes, esse tempo foi de apenas cinco horas e 15 minutos. Já o Exposis Extreme assegura uma proteção de até dez horas. 

Segundo a Proteste, o tempo seria de nove horas. A versão infantil do Exposis também não cumpriu com as dez horas de proteção prometidas. Nos testes realizados pela associação, o repelente só agiu por oito horas.O problema mais grave encontrado pela Proteste foi nas informações apresentadas nos rótulos dos produtos. 

Em boa parte dos casos, o tempo de proteção alegado pela marca não condiz com o verificado durante os testes. Um dos repelentes testados, o Baruel, garante em seu rótulo uma proteção cinco horas mais longa que a averiguada.

De acordo com a Proteste, enquanto a embalagem afirma que o produto protege por 13 horas, o consumidor vai contar apenas com oito horas e meia de proteção.

Mesmo com os problemas de informação nos rótulos, o Exposis Extreme e o infantil são os que agem por mais tempo, entre as marcas testadas. 

De acordo com os resultados divulgados pela associação, essa diferença entre as informações prestadas nos rótulos e os resultados dos produtos configura oferta enganosa, segundo o Código de Defesa do Consumidor.

Em seu comunicado à Anvisa, a Proteste afirma ter pedido a reformulação dos rótulos das marcas e dos materiais publicitários referentes aos produtos que apresentam diferença entre a informação do rótulo e seu tempo real de ação.

As marcas foram procuradas pela reportagem. A Baruel enviou nota sobre a avaliação da Proteste:

“A Baruel  segue todas as normas e preceitos da ANVISA para legalização dos seus produtos, nesse caso específico seguimos a RDC19/2013, legislação vigente que regulamenta os Requisitos para concessão de registro de Repelentes. O Spray Repelente Baruel passou por todos os testes de segurança, eficácia e comprovação do teor de ativo, sendo essas avaliações obrigatórias para que ANVISA, aprove o registro do produto, conforme publicação no DOU (Diário Oficial da União).

A rotulagem do produto foi elaborada com base nos resultados dos testes realizados em laboratórios credenciados e homologados pela ANVISA e seguindo todas as exigências da RDC 19/2013. 

E para comprovação adicional do tempo de duração do repelente, a Baruel realizou sobre lotes de fabricação, os mesmos testes realizados durante o desenvolvimento com os mesmos parâmetro e formatação anteriores.

Adicionalmente a Baruel também apoia suas avaliações na literatura técnica do fornecedor do princípio ativo (Icaridina), o qual detém a patente mundial do insumo, e aliado a concentração do teor ativo contido na formulação comprovam a eficácia de tempo de duração do repelente Baruel.”

Também a Isdin enviou uma nota sobre o caso:

“A ISDIN informa que segue todas as normas pertinentes e vigentes da ANVISA e demais agências regulatórias internacionais, com relação aos repelentes. O Antimosquitos ISDIN XTREM passou por todos os testes preconizados pela RDC19/2013, legislação vigente brasileira que regulamenta os requisitos técnicos para a concessão de registro de produtos cosméticos repelentes. Depois de confirmada a segurança e eficácia do produto, o ANTIMOSQUITOS ISDIN XTREM foi submetido para análise e aprovado/publicado pela ANVISA no DOU (Diário Oficial da União). Todos os dizeres de rotulagem deste produto foram elaborados com base nos testes realizados.

Para garantir que os resultados fossem confiáveis para aprovação junto à ANVISA a ISDIN realizou seus estudos em laboratório reconhecido no setor, seguindo as normas internacionais e locais.” ​

O Laboratório Osler, dono da marca responsável pelo Exposis Extreme e pelo Exposis Infantil, mandou o seguinte comunicado:

“Os repelentes Exposis com Icaridina vendidos no Brasil são aprovados e registrados pela agência reguladora brasileira, ANVISA, seguindo os testes de eficácia realizados por um laboratório terceirizado acreditado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde do Brasil e a ANVISA, o ingrediente ativo nos repelentes Exposis é eficaz na repulsão dos mosquitos. Quando usado de acordo com as instruções do rótulo, os repelentes Exposis fornecem proteção efetiva contra o mosquito durante o período indicado no rótulo. Os consumidores podem usá-los com confiança.”

Veja a lista com as marcas testadas e as notas atribuídas pela Proteste:

SBP Repelente de Insetos Advanced – Nota: 85

Johnson’s Baby Loção Antimosquito – Nota: 85

Out Inset Repelente de Insetos – Nota: 82

Exposis Repelente de Insetos de Alta Eficácia 10h – Nota: 79 (No teste, protegeu por apenas 9 horas)

Repelex Repelente de Insetos – Nota: 79

Exposis Repelente de Alta Eficácia 10h (infantil) – Nota: 79 (No teste, protegeu por apenas 8 horas)

Baruel Repelente Alta Eficácia 13h – Nota: 78 (No teste, protegeu por apenas 8 horas e meia)

OFF Repelente de Insetos – Nota: 77

Huggies Turma da Mônica Repelente Infantil – Nota: 76

Xô Inseto Repelente de Insetos – Nota: 74

Isdin Repelente de Insetos de Alta Eficácia – Nota: 70

Os resultados completos estão no site da Proteste.


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