Exportação de café do país cai 33% em fevereiro, para 2,4 milhões de sacas vendidas

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 12 de março de 2023 às 13:00
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Com mercado externo mais atrativo e menor disponibilidade na entressafra brasileira, cenário impacta desempenho

Com mercado externo mais atrativo e menor disponibilidade na entressafra brasileira, cenário impacta desempenho

Segundo dados do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques nacionais do café, em fevereiro de 2023, totalizaram 2,396 milhões de sacas de 60 kg, gerando uma receita cambial de US$ 505,9 milhões. A região de Franca é uma das produtoras mais importantes do país.

O desempenho implica quedas de 33,3% em volume e de 38,5% em faturamento na comparação com o segundo mês do ano passado, à medida que o preço médio da saca, de US$ 211,13, recua 7,9% em mesmo intervalo.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano safra 2022/23, o Brasil acumula a exportação de 24,621 milhões de sacas, volume 7,7% inferior ao remetido ao exterior de julho de 2021 a fevereiro de 2022. Já em receita, a performance ainda é positiva, em 13% na mesma comparação, com o rendimento chegando a US$ 5,704 bilhões, com o cenário refletindo os elevados preços do produto nesses oito meses do ciclo 2021/22.

Explicação

Em janeiro e fevereiro deste ano, as remessas brasileiras de café ao exterior apresentam declínio de 25,4%, saindo de 7,008 milhões, no primeiro bimestre de 2022, para os atuais 5,226 milhões de sacas. A receita percorre caminho similar ao somar US$ 1,117 bilhão, ou queda de 28,8% ante mesmo intervalo antecedente.

Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a baixa nos embarques se justifica pelo período de entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por adversidades climáticas em importantes regiões produtoras no cinturão cafeeiro do Brasil, e pelo contexto do mercado internacional.

“Quanto mais longe de uma safra alta, como a de 2020, que foi recorde, menos café remanescente temos, impactando na oferta. Apesar de a Bolsa de Nova York ter se recuperado em janeiro e fevereiro, ainda está bem aquém dos níveis registrados em setembro, antes do início do movimento de queda, quando o produtor aproveitou a combinação de mercado e câmbio favoráveis, fez o dever de casa e vendeu o que era possível”, analisa.

Ele completa que, no cenário atual, apesar da recuperação dos preços internacionais no primeiro bimestre, as cotações ainda não são atrativas para o produtor negociar seu estoque, “que não é tão grande em função das colheitas menores em 2021 e 2022, daí a retração que observamos”.

Segundo o presidente do Cecafé, no tocante ao café arábica, os níveis praticados no mercado interno estão acima da cotação da Bolsa de Nova York e, por consequência, o volume negociado no Brasil é menor do que o fluxo normal, limitando-se, em sua maioria, à cobertura de vendas contratadas previamente e a poucos novos negócios, impactando o desempenho das exportações.

Fonte: Notícias Agrícolas – WWW.noticiasagricolas.com.br


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