Fuma e malha? Saiba como o cigarro impacta seu desempenho na academia

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 5 de março de 2023 às 08:30
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Os efeitos positivos do exercício físico, como o controle pressórico, são significativamente menores em pacientes tabagistas

Tabagistas têm prejuízo não apenas no desempenho na academia – foto Arquivo

 

Você é o tipo de pessoa que cumpre com seus exercícios físicos, mas que ao mesmo tempo não consegue largar o vício em cigarro?

Essa situação infelizmente ainda é comum para uma parte da população brasileira. Porém, o médico Ruan Célio dos Santos vai citar o prejuízo de quem faz exercício físico sem largar o cigarro.

Exercício físico com cigarro não dá match

“Os efeitos positivos do exercício físico, como controle pressórico e melhora da função cardiorrespiratória, são significativamente atenuados em pacientes tabagistas. Dessa forma, a performance no esporte praticado também fica comprometida”, disse Ruan.

“O tabagismo é associado ao desenvolvimento do câncer de pulmão, compromete a capacidade cardiorrespiratória do indivíduo por lesão direta do parênquima pulmonar, de processos inflamatórios crônicos em médio e longo prazo, destrói os alvéolos, que é onde o oxigênio é transferido para o sangue e o gás carbônico retirado, levando à doença pulmonar obstrutiva crônica”, completou o profissional.

Alternativas para se livrar desse vício

Ruan Célio dos Santos expõe quais são os principais métodos para acabar com essa vontade. O exercício físico está entre as recomendações desse profissional ao lado do acompanhamento de um profissional experiente.

“A prática de exercício físico também pode ser um poderoso aliado para aqueles que desejam parar de fumar”.

“O tratamento para cessar o tabagismo deve ser multidisciplinar, com acompanhamento médico e psicológico. Existem opções de substituição de nicotina para evitar o fumo, como adesivos e chicletes”, sugere o médico.

Bupropiona

Esse é o medicamento pertencente a classe de antidepressivos e conhecido pela sua recomendação para quem lida com depressão e dependência à nicotina.

É de se ressaltar que esse produto não aparece na primeira opção dos profissionais de saúde, isto é, o seu consumo precisa de prescrição.

“A bupropiona sem os efeitos cardiovasculares e causadores de dependência é a opção terapêutica, eficaz e fornecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”.

“A identificação de gatilhos e situações associadas ao ato de fumar, porque há pacientes que sentem maior vontade ao consumir álcool, por exemplo, é importante para que possam ser feitas adequações ambientais e comportamentais do indivíduo”, acrescentou Ruan.

Bupropiona se encaixa na indicação para os quadros de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), do transtorno bipolar e pode ser combinado a outros antidepressivos para reduzir os impactos negativos na vida sexual desses pacientes.

Cenário nacional

A pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) durou de 2006 até 2021 e acusou que o percentual de fumantes com idade acima de 18 anos no Brasil é de 9,1%, com 11,8% para os homens e 6,7% para as mulheres.

Já o estudo da farmacêutica AstraZeneca apontou que a média dos brasileiros ultrapassa 11 cigarros por dia. Fato que explica que é mais do que metade de um maço (39%) enquanto a média da América Latina está em 27% para os fumantes que estão acima dessa cota.

*Informações SportLife


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