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A falsificação de azeites é um problema mundial e está mais perto das prateleiras dos supermercados brasileiros do que imaginamos
Encontrar azeites falsificados nas prateleiras dos supermercados não é algo difícil – foto Freepik
A falsificação de azeites é um problema mundial e está mais perto das prateleiras dos supermercados brasileiros do que imaginamos.
Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo desmontou um grande esquema de falsificação de azeites em um galpão na cidade de Barueri, na região metropolitana da capital.
No galpão, foram encontradas seis pessoas usando azeites de baixa qualidade para preencher garrafas de com o rótulo “extravirgem”.
Cerca de 100 mil garrafas do produto, que seriam comercializadas em lojas no Estado de São Paulo, foram apreendidas.
E outros golpes podem continuar sendo aplicados, não tem como saber.
Mas você pode aprender a identificar se um azeite é falsificado ou de baixa qualidade seguindo algumas dicas da pesquisadora da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Edna Ivani Bertoncini, que atua na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
A seguir, Edna ensina a degustar azeite em casa e também dá dicas para comprar e conservar o produto. Confira a seguir.
Analisando o azeite extravirgem em casa
1) Coloque 15 ml de azeite em um copo de café descartável.
2) Incline o copinho e o feche com as mãos.
3) Esquente o copo girando-o na palma das mãos por cerca de 20 segundos. O objetivo é esquentar o azeite. Nas degustações profissionais, o azeite deve estar a uma temperatura de 27ºC para ser analisado.
4) Cheire o azeite. A azeitona é uma fruta e o azeite é o seu suco. Por isso, o cheiro do azeite deve ser frutado, de fruta verde (grama cortada, folha macerada, maçã verde e amêndoa verde) ou madura (banana e maçã madura). Esses são cheiros que devem ser obrigatoriamente encontrados em azeites extravirgens.
5) Se identificar cheiro de ranço, ou seja, de óleo de fritura muito usado e manteiga estragada ou odor de aquecimento, que é um cheiro de azeitona em conserva, ou ainda odor de vinagre, significa que houve problemas na conservação do azeite e/ou no processo de pós-colheita das azeitonas. Saiba que estes são defeitos e que não deveriam ser encontrados em um azeite extravirgem.
6) Se o azeite tiver uma intensidade de frutado e não apresentar defeitos, pode ser classificado como extravirgem. Se tiver frutado e tiver defeitos, ele cai para a categoria de azeite virgem de oliva. Se não tiver frutado e tiver defeitos com intensidade muito alta, é classificado como azeite lampante e não deve ser consumido.
7) Coloque na boca uma pequena quantidade do azeite e rode o produto pela boca, sem ingerir.
8) Trave os dentes e faça um movimento de sucção. Ao fazer esse processo, você vai poder sentir o amargo nas laterais da língua e o picante com picadinhas em cima da língua e na garganta.
Quanto mais amargo e picante for um azeite, maior sua quantidade em polifenóis e mais benefícios ele traz para sua saúde.
Dicas para comprar e guardar seu azeite
1) Compre azeites envasados em embalagens bem escuras. A luz é um dos fatores que prejudicam a qualidade dos azeites.
2) Produtos envasados em embalagens de metal (lata) podem ser uma boa opção, mas as latas não podem estar batidas.
3) Verifique se os produtos estão expostos no supermercado em locais frescos e sem a incidência direta de luz.
4) Analisar o índice de acidez não ajuda muito na escolha do azeite. Isso porque o produto é analisado no momento do envase e, na logística de transporte até chegar à mesa do consumidor, os índices de acidez podem variar.
5) Escolha produtos com data de envase mais recente e só consuma azeites dentro do prazo de validade.
6) Prefira comprar embalagens menores do produto, assim é possível consumi-lo de forma mais rápida e dentro do prazo de validade.
7) Desconfie de produtos muito baratos. Um litro de azeite extravirgem produzido na Europa custa de 6 a 10 Euros, ou seja, de R$ 30 a R$ 50, isso sem as taxas de importação e lucro do importador e revendedor. Produtos importados da Europa e vendidos no Brasil com preço abaixo disso, podem não ter a qualidade esperada.
8) Os azeites da América do Sul podem chegar a preços menores no mercado brasileiro, em função da redução de impostos para o Mercosul.
9) Observe o rótulo. Evite comprar azeites que foram produzidos e envasados em locais diferentes. Apenas a informação do local de envase não é suficiente para identificar a procedência do produto.
10) Caso tenha comprado um azeite e ele apresentar os defeitos citados acima em intensidade perceptíveis e não ter as qualidades de frutado verde ou maduro e na embalagem estiver escrito extravirgem não compre mais esta marca.
Denuncie o produto e o seu lote para o supermercado, Procon e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Assim você contribui para a seleção de bons azeites no mercado brasileiro.
11) Não adianta comprar um bom produto e armazená-lo de forma incorreta. Deixe o azeite sempre longe de locais quentes e guarde-o em armários frescos e longe da luz. Por fim, não guarde o produto destampado.
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