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O professor contou que não precisa esconder a “fórmula mágica” que fez com que os alunos passassem a amar matemática
Com muita criatividade, o professor Valdir Sodré, 54 anos, encontrou uma forma de ensinar matemática de um jeito diferente e que tem feito sucesso entre todos os alunos dele. Ele leciona em uma escola pública do Guará, região administrativa do Distrito Federal, a 12 km de Brasília.
O segredo, segundo o educador, está em mudar a perspectiva-0 e a tornar a matemática uma “arte”. Para ele, a disciplina “não é só técnica, não é só fórmula”.
“O problema dos professores de matemática é que eles se prendem muito à técnica, a fórmulas, a jeitos de fazer o cálculo. Como é que fica o processo criativo?”, questiona Valdir.
Recuperação da aprendizagem
Valdir conta que começou a pensar em uma forma diferente de lecionar quando viu que os índices reprovação em matemática eram altos na escola a qual ele trabalha. Ele então criou um programa de reforço para recuperar aprendizagens dos alunos.
Segundo o portal Só Notícia Boa, ele diz que utilizou a base do mestrado na Universidade de Brasília (UnB), como ponto de partida. E deu bastante certo!
“Pesquisei avaliação da aprendizagem. Estudei isso na perspectiva da percepção que os docentes tinham. Como é que o professor está entendendo esse processo avaliativo dentro da rede”, descreve o docente.
“Quando eu comecei, lá na Ceilândia [região administrativa do Distrito Federal a 31 km de Brasília] a dar minhas aulas de matemática, passei a me questionar: ‘Como é que eu posso ser um professor de matemática melhor, mais competente?’ Aí eu percebi que eu tinha que ter uma habilidade fundamental: eu preciso de uma melhor oratória, preciso me comunicar melhor”, disse.
Reforço que deu certo
A pequena ação de Valdir deu tão certo que o reforço em matemática entrou no projeto político pedagógico da escola. O professor também comemora a adesão por parte das outras disciplinas.
Ele contou ao Correio Braziliense que não precisa esconder a “fórmula mágica” que fez com que os alunos passassem a amar matemática.
Valdir diz que tenta levar leveza para sala de aula a arte no sentido mais puro para ensinar a disciplina.
O violão acompanha a música escolhida para instigar a plateia de estudantes. Tempos modernos, de Lulu Santos, é uma das preferidas.
Não pode desistir
“Eu vejo a vida melhor no futuro. Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”, cantarola, e emenda: “Olha que letra. Eu quero levar isso para a gente pensar na educação. Quem não acredita na juventude, não acredita no que está fazendo, está no lugar errado”.
“Nossos alunos são difíceis? São. Mas a gente não pode desistir. A nossa política é uma política de insistência. Temos que continuar acreditando, porque eles que vão assumir nossos postos. O nosso tempo é curto. A vida é curta. Vivemos de 70 a 80 anos e não damos conta de nos alfabetizarmos por completo”, professa Valdir.
“Vamos viver até o último dia de vida suspirando e aprendendo ainda no último suspiro. Como disse Paulo Freire: aprender é aprender sempre.”