USP em Ribeirão Preto desenvolve pastilha que auxilia no tratamento da gengivite

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 21:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Pastilha tem sido distribuída como incremento à terapia convencional. São mais de 2 milhões de casos da doença diagnosticados por ano no Brasil.

Pastilha da USP promove mudança nos microrganismos presentes na boca – foto Freepik

 

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto desenvolveram uma pastilha que auxilia no tratamento da gengivite.

O produto tem sido distribuído entre pacientes da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto que não responderam à terapia convencional e precisaram de um incremento durante o tratamento.

Anualmente, são diagnosticados 2,2 milhões de casos da doença bucal no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

A professora Flávia Furlaneto, uma das responsáveis pela pesquisa, explica que a pastilha foi entregue aos pacientes na segunda etapa do processo.

“Nos estudos que fizemos, os pacientes faziam o procedimento de raspagem com um cirurgião-dentista. Depois, em casa, faziam o consumo dessa pastilha, duas vezes ao dia. Essa pastilha é colocada na cavidade bucal, vai sendo lentamente dissolvida e seu conteúdo vai sendo deglutido pelo paciente”, conta a pesquisadora.

Ainda de acordo com Flávia, a gengivite pode ser identificada pelo inchaço da gengiva e pelo sangramento bucal durante tarefas simples, como escovar os dentes e se alimentar.

O funcionamento

Durante o processo, os pesquisadores constataram que a pastilha promove uma mudança nos microrganismos que vivem na região bucal, aumentando a resistência das mucosas orais.

Mesmo se mostrando como uma alternativa, o produto não substitui o tratamento convencional da raspagem, conforme a pesquisadora.

“Nós verificamos, por meio de dois estudos publicados na literatura científica internacional, que essas pastilhas levaram a um efeito clínico melhor do que quando o paciente fez apenas a raspagem”.

“Temos um paciente que tem, ao final do tratamento, menos chance de essa doença progredir e menos chance de terapias adicionais, como cirurgias”, conta.

“Já o pesquisador Michel Reis Messora afirma que há grupos de pacientes com maior probabilidade de desenvolverem a doença, como portadores de diabetes.

“Temos produtos que podem ser associados a técnicas convencionais para reduzir a ocorrência dessa inflamação. E o mais importante: o cuidado caseiro desses pacientes para reduzir a inflamação”, explica Messora.

Benefícios

A auxiliar administrativa Adriana Alves Medeiros Santos é uma das beneficiadas pelo tratamento, que dura em média três meses. Ela sofre de periodontite, uma evolução da gengivite.

“Eu estava sentindo muita dor nos dentes, não estava conseguindo mastigar direito. E a estética também, porque vai amolecendo os dentes”, lembra a auxiliar.

A Agência USP de Inovação já solicitou a patente e negocia a comercialização do produto junto a empresas.

*Informações G1


+ Ciência