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Exposição “Laboratório das Artes – 40 anos de utopia”, vai abrir as comemorações de aniversário do movimento cultural de Franca
Será inaugurada no Laboratório das Artes, no próximo dia 06 de agosto (sábado), a partir das 20 horas, a exposição “Lab das Artes – 40 Anos de Utopia”, que reúne 24 obras de doze artistas especialmente convidados.
A mostra foi organizada com a curadoria de Atalie Rodrigues Alves. Concebida como uma homenagem aos 40 anos de história do movimento, a mostra tem como objetivo fomentar a arte moderna em Franca, objetivo do Lab desde sua fundação e ampliar as perspectivas culturais do público e ainda incentivar novos talentos.
A exposição poderá ser visitada individualmente ou em grupos mediante agendamento, cumprindo os protocolos sanitários recomendados pela Prefeitura. Além da exposição, o Lab vai oferecer durante os próximos meses oficinas e rodas de conversa sobre a moderna arte brasileira e a produzida na cidade.
Além da mostra, a noite terá ainda a apresentação do Coral da UNESP Franca sob a regência do maestro Rafael Andrade, um filme com depoimentos de artistas sobre o Lab, além de uma linha do tempo que mostra as principais ações do Lab durante esses quarenta anos e seu contexto.
40 anos de caminhada
Para comemorar esses 40 anos de caminhada, a curadora da mostra, Atalie Rodrigues Alves, selecionou duas obras de doze artistas que tem sua trajetória envolvida com a própria história do Lab.
A curadora, fundadora e atual coordenadora de arte do Lab, traz duas obras em tinta acrílica sobre madeira que sintetizam seu trabalho com seu vibrante colorido e rigorosa geometria que se tornam documentos visuais do tear manual, uma técnica em vias de desaparecimento na região.
A artista ribeirão-pretana Denise Muller ligou-se ao Lab a partir da reinauguração da sede e tem sido uma das mais ativas participantes do movimento. Nas gravuras selecionadas recupera as imagens desenhadas a partir de incisões bruscas que caracterizam seu trabalho nas matrizes de madeira gerando imagens em preto e branco que trazem ecos da pandemia e da brutal desigualdade social do país.
Gerson de Oliveira, publicitário e artista, também fundador do Lab e principal responsável pelas artes gráficas do movimento desde seu início, retoma em pintura seus peixes imaginários compostos com suavidade e inventividade, elementos pertencentes ao mundo fantástico que criou, onde predomina seu característico e apurado desenho.
O arquiteto, artista e mentor do Grupo Sanatorivm Ivo Indiano, parceiro do Lab desde os anos 80, mostra duas obras recentes com sua marca registrada na pintura: a maestria no domínio da cor, do desenho, da composição, com refinada técnica pictórica que trazem flores coloridas para dar um suspiro nos dias tão difíceis como vivemos.
Marcus Flávio, professor de artes, artista e grafiteiro participa do Lab desde a reinauguração da sede no final da década de 2000. Seu trabalho em estêncil sobre papel dialoga com os murais que tem espalhado por Franca e pelas cidades onde viveu, como um pedaço da arte pública que vem ocupando seu trabalho recente.
A paulistana Marisi Mancini tem fortes ligações com o Lab desde sua criação, em função de sua atuação como gravadora, sendo uma das primeiras artistas a terem obras no acervo do Lab. Seus trabalhos são monotipias com imagens de mulheres, temática que permeia sua produção desde o início.
O artista francano auto-exilado Paulo César Pereira, responsável por centenas de ilustrações e capas de livros de grandes editoras do país, alguns lançados no Lab nos anos 80, atualiza sua linguagem em pinturas de pequeno formato onde brinca com as imagens sem precisar do aparato presente na computação gráfica, exemplar de sua inquietação na busca de novos temas e abordagens visuais.
O arquiteto Paulo Moreira participa do movimento desde que se transferiu para Franca no final dos anos 80. Traz duas composições desenvolvidas durante o pior da pandemia que espelham seu domínio do desenho com bico de pena em preto e branco e sobre o espaço do papel. Seu desempenho pressupõe intenso trabalho braçal com técnica apurada e controle absoluto e contido da cor em seu rebuscado traço.
O artista plástico francano Ricardo Augusto participou ativamente apenas da primeira fase do Lab, afastando-se quando saiu do país por muitos anos, antes de radicar-se definitivamente em São Paulo. As obras escolhidas pela curadora foram buscadas no acervo do Lab e são condizentes com seu trajeto, de desenhos soltos e composições livres sobre papel com figuras que se articulam criando inusitadas associações que se complementam.
O médico, músico e artista plástico Rodolfo Chiaverini participou do Lab desde os primeiros tempos. Apresenta desenhos a nanquim onde suas visões oníricas e recordações de outros tempos interligam suas reminiscências do próprio passado e ancestralidades árabes e italianas, sem serem afetadas por um retorno ao abstracionismo que o absorveu por longos períodos enquanto lia Jung, ocupando espaço entre o realismo e o surrealismo.
Semiramis Paterno, artista gráfica e ilustradora ribeirão-pretana também participa de atividades do Lab desde seus primórdios, com oficinas para crianças. Seus trabalhos utilizam sua linguagem característica, em composições que brincam com a imaginação do espectador e o levam a refletir sobre o papel lúdico da arte.
Uiliam José, o mais jovem dos artistas da mostra, professor e artista ativo nas ações do Lab desde que se formou como arte-educador, apresenta trabalhos que dialogam com os problemas trazidos pela pandemia e pela violência política do extremismo de direita que assola o Brasil. São desenhos contidos, figurativos, que fazem o contraponto à realidade crua do país cindido em que vivemos.
Apesar das linguagens, técnicas e aportes tão diferentes de cada artista, um fio condutor perpassa a exposição e une os pontos divergentes: os laços históricos com o Lab e com a produção manufatureira da arte moderna brasileira, da figuração e domínio do desenho e da composição na perspectiva apontada pelo prof. Miguel Buzzar: são obras que “trabalham as linguagens artísticas contemporâneas, explorando a herança do ofício em suas várias dimensões”.
“Uma mostra exemplar da trajetória e do papel representado pelo Lab para a cultura local durante seus 40 anos de utopia”, diz Mauro Ferreira, arquiteto e coordenador do Lab das Artes de Franca.
Equipe do Laboratório das Artes de Franca
Atalie Rodrigues Alves, curadoria, montagem e direção artística
Gerson Silva Oliveira, criação e produção gráfica
Mauro Ferreira, coordenação geral
A exposição permanecerá em cartaz até o dia 23 de dezembro de 2022.
Serviço
Exposição: “Lab das Artes – 40 Anos de Utopia”– curadoria de Atalie Rodrigues Alves
Abertura: dia 06 de agosto, sábado, às 20h
Visitação: 06 de agosto a 23 de dezembro de 2022
Horário: segunda a sexta-feira, das 10 às 12h e das 14 às 17h
Local: Laboratório das Artes de Franca
Endereço: Rua Cuba, 1099 – Jardim Consolação, Franca (SP)
Entrada Franca
Informações: (16) 3722-5004 ou whatsapp (16) 98185-8710
www.laboratoriodasartes.com.br
Visitas em grupo devem ser previamente agendadas