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As experiências vividas na infância, especialmente nos primeiros anos, é a base que molda a vida do ser humano
O que acontece na infância, não fica na infância – foto Educlub
Pessoas que tiveram experiências adversas na infância têm o maior risco de desenvolver doenças como depressão, diabetes, obesidade e muitas outras? A resposta é sim.
De acordo com Telma Abrahão, especialista em Neurociência Comportamental Infantil e autora do livro ‘Pais que Evoluem’, não são apenas nossos genes que determinam a nossa saúde, mas principalmente a qualidade do ambiente e das nossas relações, especialmente no início da vida.
Por meio de um estudo de saúde pública feito por Dr. Felitti e Dr. Anda, em 1998, que mostra como as experiências adversas vividas na infância impactavam a saúde do adulto, chamado de ACE, sigla em inglês para adversidades vividas na infância, Telma veio se aprimorando no assunto.
O estudo mostra também que quanto maior a quantidade de experiências adversas na infância, maior o risco do indivíduo cometer suicídio ou desenvolver problemas de saúde mental e física na vida adulta.
“O que acontece na infância não fica na infância, impacta nossa saúde emocional, mental e física ao longo da vida”.
“Educar pode ser desafiador, mas com conhecimento podemos nos reeducar para melhor educar e deixar pessoas mais saudáveis e felizes nesse mundo”, explica a especialista.
No dia 10 de agosto, Telma se prepara para lançar seu novo livro, “Educar é um ato de amor”, mas também é ciência, onde aborda a importância de educar as crianças de forma neuroconsciente, uma abordagem educacional baseada em neurociências, que respeita a nossa humanidade e que se faz necessária para educar seres humanos que transformarão seu grande potencial biológico em saúde, competência pessoal, social, emocional, força e prosperidade.
“A mudança que queremos ver no mundo precisa começar em casa, na família, onde a base da vida humana é formada. E nessa obra, você vai descobrir que educar é um ato de amor, mas também é ciência!”.
As experiências vividas na infância, especialmente nos primeiros anos, é a base que molda a vida do ser humano.
O cérebro se desenvolve rapidamente e a exposição frequente a situações altamente estressantes pode resultar em impactos negativos no longo prazo, afetando a vida e a saúde física, mental e emocional das crianças e, consequentemente, do adulto.
Quando uma criança experimenta uma infância com muito estresse, pouco afeto ou apoio emocional, existe um risco muito maior de que enfrente problemas de autoestima, desenvolva doenças crônicas, como câncer e doenças cardíacas no futuro, entre em relacionamentos abusivos, além de um maior risco para desenvolver doenças mentais como depressão e transtorno de ansiedade.
“Experiências traumáticas durante esse estágio da vida podem ser prevenidas”.
“Relacionamentos saudáveis entre pais e filhos são capazes de servir como um amortecedor protetor e ajudar crianças e adolescentes a desenvolverem resiliência, alcançando o sucesso na vida através de um ambiente e relacionamento estável, empático, seguro e responsivo”, afirma Telma.
*Informações Estadão