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SpeedBird Aero, que projeta e pilota drones para voos comerciais, recebeu aporte de R$ 35 milhões para espalhar seus equipamentos pelo país
Samuel Salomão e Manoel Coelho, da SpeedBird Aero: startup capta R$ 35 milhões para acelerar entregas não tripuladas (Foto: Alexandre Battibugli)
Fazer um pedido via aplicativo e receber em sua porta, ao invés de um entregador, um drone com sua encomenda “em mãos”. Parece uma episódio que foge à curva, mas para a SpeedBird Aero esse é o futuro da logística urbana.
E para ter um impulso a mais ao tirar essa ideia do papel, a startup de Franca acaba de anunciar uma captação de R$ 35 milhões para pivotar de vez a linha de produção de seus drones proprietários para entregas comerciais em uma rodada série A envolvendo os fundos Domo Invest, Nau Capital, Bela Juju Ventures e alguns investidores anjo.
Fundada em 2018 pelos empreendedores Manoel Coelho e Samuel Salomão, a startup dos drones já atraiu empresas como iFood e BRF com seus equipamentos de voo não tripulados fabricados e controlados em território nacional.
Com iFood, por exemplo, a SpeedBird já realiza algumas entregas na Região Nordeste do país, especialmente na capital Aracaju.
Múltiplos usos
Já com a BRF, o projeto vai mais além: os drones da SpeedBird fazem a ponte, em Santa Catarina, entre laboratórios genéticos e fazendas interessadas em agilizar procedimentos de inseminação artificial nos rebanhos. “É uma questão de eficiência, agilidade e segurança. Evitamos acidentes no meio do caminho e evitamos um deslocamento desnecessário”, explica Coelho, CEO da empresa.
De acordo com uma reportagem publicada pela revista Exame, o foco da SpeedBird, segundo o fundador, está em criar uma nova malha logística capaz de destravar entregas de produtos no país. O alvo primário da empresa são os alimentos, bebidas, medicamentos e outros itens ligados às áreas de saúde e bens de consumo.
“Desde o início, a proposta da SpeedBird é resolver o gargalo logístico, que sabemos que é um problema grave do Brasil”, diz. “Para conseguir isso, nossos pilares são segurança e sustentabilidade”.
Além das três aeronaves que fabrica — com capacidades de transportar cargas de até 3kg, 8kg e 5kg em distâncias de 3, 7 e 50 quilômetros —, a empresa segue o modelo drone as a service, ou “drone como serviço”, no qual passa a atender grandes companhias interessadas não apenas nos equipamentos mas na mão de obra responsável por pilotar as aeronaves.
É uma proposta que chama a atenção de empresas com áreas de inovação dedicadas a pesquisa, por exemplo. No ano passado, Avon e Natura fizeram testes técnicos de entregas de cosméticos com os drones da SpeedBird. O laboratório Hermes Padini também liderou alguns testes com a startup dos drones para a entrega de vacinas e exames.
Os voos da SpeedBird
O novo cheque chega em boa hora. Em janeiro deste ano, a SpeedBird recebeu o aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar aeronaves não tripuladas para entregas em caráter comercial, e passou a ser a primeira companhia brasileira a dotar essa chancela. Até então, o certificado dado à startup permitia apenas voos experimentais.
A expectativa é que, com o novo aporte e a chancela oficial do regulador, a startup possa abandonar o caráter de teste e passar a produzir — e pilotar — seus drones em larga escala, além de expandir o grupo de operadores para algo em torno de 100 funcionários — hoje são 25.
De mudança para uma nova fábrica, agora de mais de 2 mil metros quadrados, a SpeedBird espera mais do que dobrar sua capacidade de produção mensal de drones, para dez equipamentos por mês.
Treinamento
Também no novo espaço, a startup deve inaugurar centros de treinamento de operadores e uma central de controle de voos, bem no modelo aeroporto da coisa.
“Temos certeza de que os drones serão um novo modal de transporte. Teremos até 250 aeronaves até o final do ano que vem”, diz.
“O interesse pela SpeedBird está de olho no futuro. Acreditamos no potencial dessa nova indústria e desse novo o modal logístico que a empresa está ajudando a construir no Brasil e no mundo”, diz Mario Letelier, sócio e gestor do Fundo Anjo da Domo Invest.