Mais do que o frio, “sensação térmica” maltrata francanos. Saiba o que é isso

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 20 de maio de 2022 às 06:00
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Ela é baseada em cálculos da combinação da temperatura do ar, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento

Ela é baseada em cálculos da combinação da temperatura do ar, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento

A cidade de Franca tem registrado, nos últimos dias, temperaturas baixas em razão de uma frente fria. As madrugadas têm sido geladas na cidade.

No entanto, os índices registrados pelos termômetros podem ser percebidos de maneira ainda mais intensa pelos indivíduos, de acordo com diversas variáveis.

Matéria da CNN Brasil trata sobre o assunto e esclarece dúvidas sobre a chamada sensação térmica, pode ser calculada de diversas maneiras, dependendo das condições momentâneas de tempo. Não existe um modelo que seja universal ou definitivo.

No Brasil, a sensação térmica geralmente está associada a dois modelos utilizados pela comunidade científica, que consideram nos cálculos a combinação da temperatura do ar, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento.

Um dos indicadores é o Índice de Resfriamento (ou Wind Chill), que expressa o efeito do resfriamento do ar em movimento ou o vento a diferentes temperaturas. O dado é amplamente utilizado no inverno, quando são registradas as menores temperatura do ar.

Em situações de baixa temperatura, o vento influencia mais no desconforto térmico, pois ele remove continuamente a camada de ar quente que envolve nossa pele e que funciona como um isolante.

Como a temperatura corporal humana é mais quente que o ambiente nesse período, acontece um fenômeno em que passamos a ceder calor para o meio de forma mais rápida aumentando a sensação de frio.

Outro método utilizado é o Índice de Calor (ou Heat Index), que considera o efeito da umidade sobre a temperatura. Quanto maior a umidade e a temperatura do ar, maior a sensação térmica, pois com o ar saturado de água é mais difícil de suar, processo responsável por “esfriar” o nosso corpo.

Este modelo é adotado nas análises dos períodos quentes, como no verão, quando a temperatura do ar alcança os valores máximos e a umidade relativa do ar permanece alta em boa parte da estação.

O estudo dos modelos de previsão de sensação térmica ou índices de conforto térmico revela uma quantidade extensa e variada. São mais de 200 contabilizados na bibliografia e a quantidade continua a aumentar à medida que novos elementos são englobados nos cálculos.

Fatores que influenciam

A tendência é a utilização de índices que considerem fatores ambientais, tipo de vestimenta, características fisiológicas e socioculturais.

A sensação térmica também considera combinações de elementos do clima como radiação, temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento.

As características fisiológicas e metabólicas de cada indivíduo também fazem parte dos cálculos. Uma pessoa com sobrepeso e sedentária vai ser mais afetada pela alta sensação térmica do que um indivíduo com peso ideal para sua idade e altura e que se exercita, por exemplo.

As roupas também vão influenciar a sensação térmica, pois elas podem contribuir ou prejudicar as funções reguladoras da temperatura corporal. Características socioculturais também fazem parte das variáveis relacionadas à sensação térmica: pessoas que vivem em localidades comumente afetadas pelo frio intenso adquirem tolerância ao frio e podem perceber quedas bruscas de temperatura de maneira diferente.

Fontes: CNN Brasil e Mauricio Sanches Duarte Silva, doutor em Ciências da Engenharia Ambiental da Escola de Engenharia de São Carlos (USP), com ênfase em conforto térmico e índices climáticos para turismo.


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