Brasileiros criam cerveja que repõe nutrientes e retarda o envelhecimento de células

  • Nene Sanches
  • Publicado em 13 de maio de 2022 às 11:00
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Pesquisadores da Unesp de Araraquara desenvolveram uma cerveja saudável que pode ser consumida após os treinos físicos

O conceito de “beber uma” após um dia estressante é bem estabelecido na cultura de vários países. O Brasil não fica de fora, sendo o terceiro na lista dos territórios que mais tomam cerveja. Em média, o brasileiro consome seis litros do líquido feito a partir de cereais fermentados por mês.

No entanto, há contraindicações: o consumo excessivo de álcool pode resultar no aumento de casos de gastrite, doenças renais, infertilidade, infartos, trombose, entre outras doenças. Isso ocorre porque a maioria das cervejas com alto teor alcoólico apresenta grandes índices de carboidratos e calorias.

Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara resolveram transformar a bebida fermentada em algo mais saudável.

Durante os anos de doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFar), Deborah Oliveira De Fusco e Gustavo Henrique de Almeida Teixeira estudaram formas de transformar a bebida alcóolica em um drink mais saudável, sem causar estranhamento ao paladar do público-alvo ou ter grande rejeição no mercado.

Transformada em isotônico

Ao alterarem o processo de fermentação da cerveja, que apelidaram de “Pilsen”, os cientistas conseguiram transformá-la em um isotônico, ou seja, uma bebida com capacidade de repor eletrólitos, principalmente, além de sais minerais e nutrientes, podendo ser consumida após exercícios físicos.

No procedimento, eles controlam a fermentação das leveduras e adicionam sódio e potássio. A fermentação dos cereais, que pode durar até 10 dias, é interrompida no segundo dia após a adição das leveduras.

Por conta desse procedimento, o teor alcoólico de Pilsen é inferior a 1%, chegando a 0,2%. Em termos de comparação, cervejas regulares costumam ter um teor alcoólico de 4% a 10%. Sendo assim, no mercado consumidor, a nova cerveja saudável irá disputar com as marcas que vendem “cervejas zero”.

A Pilsen foi testada por 115 voluntários, que aprovaram o produto final.

Segundo uma reportagem da revista Galileu, a cerveja está patenteada pela Agência Unesp de Inovação (AUIN) e pode ser fabricada por qualquer cervejaria, sem a necessidade de investimentos extras ou complicações em processos. Até agora, não se tem nenhum contrato fechado entre qualquer empresa com a patente da cerveja feita pelos brasileiros.


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