Exportações para o Chile impulsionam recuperação das fábricas de calçado em Franca

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 21:00
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País já ocupa a segunda posição como principal destino de calçados produzidos na cidade. Mão de obra pode ser necessária em breve.

Fábrica em Franca exporta 500 dos 1.200 pares produzidos por dia (Foto: Reprodução/EPTV)

O Chile tem se tornado um dos principais destinos de exportação de calçados de Franca na América do Sul.

“Com o Chile, a gente praticamente não tinha negócio. O Chile hoje representa o segundo país [em exportações na América do Sul], isso porque a gente começou a trabalhar agora, mas começou a ser um país interessante”, diz José Rosa Jacometti, proprietário  de uma fábrica onde 500 dos 1.200 pares produzidos por dia vão para fora do Brasil.

Segundo notícia publicada pelo portal G1 Ribeirão e Franca, em crise desde 2000, a Argentina perdeu lugar para o Chile nas exportações. De acordo com o economista Adnan Jebailey, dois fatores explicam a situação.

Fatores

“Primeiro, a gente tem a questão que toda recessão econômica, em qualquer país, o foco é gastar o dinheiro com os bens essenciais. Calçado não é uma coisa que se compra todos os meses, então você compra ao longo do tempo e o processo de vestuário, de maneira geral, acaba não sendo um consumo cotidiano para a população”.

O segundo fator é a valorização do dólar. “Quando você entra em uma recessão econômica, você tem um descompasso do dólar no sistema de valorização da moeda, no caso da Argentina, o peso. Então, tudo isso torna muito mais complexo e muito mais difícil importar, por conta da desvalorização da moeda local”.

Além da crise na Argentina, o Chile se beneficia de um tratado firmado com o governo brasileiro no ano passado para melhorar as relações comerciais entre os dois países.

“Isso acabou reduzindo as taxas aduaneiras, reduzindo muitos tributos de exportação brasileira e, inclusive, de importação por parte do Chile, o que favoreceu o Chile”.

Equilíbrio na economia

Para José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), outro fator que contribui para o Chile se tornar o segundo país que mais compra sapatos de Franca é a rápida recuperação econômica do país desde o surgimento da covid-19.

“Nossa torcida é para que tanto Argentina quanto Chile continuem disputando o segundo lugar nas importações dos nossos calçados. São dois países interessantes para nós. O equilíbrio na economia está entre a indústria estar exportando e também trabalhando no mercado interno”.

Se o mercado continuar em ascensão, as fábricas em Franca ainda vão precisar contratar mão de obra, aquecendo ainda mais a economia.

“Daqui para frente, se as exportações dos Estados Unidos voltarem e se os países do Mercosul voltarem a comprar como comprava antes, com certeza, vai ter procura da mão de obra novamente”, diz Jacometti.


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