Sistema do Banco Central para recuperar dinheiro ‘esquecido’ já vira isca para golpe

  • Nene Sanches
  • Publicado em 30 de janeiro de 2022 às 19:00
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Especialista diz que os dados das vítimas são usados para fazer compras no crediário, acessar o celular da vítima e o internet banking.

Em tempo recorde, criminosos digitais já desenvolveram um golpe que usa como isca a plataforma criada pelo Banco Central (BC) para resgatar quantias remanescentes em contas antigas.

Com uma ligação ou mensagem de WhatsApp, o fraudador entra em contato com a vítima e diz que ela tem dinheiro a receber. Para isso, porém, precisa clicar em um link enviado por e-mail ou aplicativo de mensagens.

Thiago Bordini, Head de Cyber Threat Intelligence da empresa de segurança digital Axur, declarou numa reportagem do jornal Extra que já detectou páginas e aplicativos falsos para consultas de valores, criados por golpistas.

“A ideia não é movimentar o saldo das contas porque o valor que cada indivíduo tem a receber costuma ser irrisório. A vítima é induzida a fornecer informações pessoais, CPF; dados dos bancos, como agência e conta; data de nascimento. E, depois, esses dados são usados para outros golpes.

Instigar

O especialista em direito digital, Antonio Carlos Marques Fernandes, diz que as fraudes tentam instigar alguma necessidade momentânea das pessoas e fazer com que elas forneçam suas credenciais, de modo espontâneo, com a prática de engenharia social.

“Eles burlam com base na confiança de quem vai acessar o site. O mesmo aconteceu com a vacina. Os criminosos mandavam um link, as pessoas achavam que tinham que se cadastrar para vacinar e passavam os dados”, explica.

Fernandes diz que os dados são usados para fazer compras no crediário, acessar o celular da vítima e o internet banking. “O melhor a fazer é não clicar em links desconhecidos, mesmo que enviados por pessoas próximas”.

Provas

Caso caia no golpe, recolha provas para registrar queixa na polícia:

É importante coletar prints de Whatsapp, áudios, histórico de ligações. Todos esses elementos devem ser entregue em sede policial, porque essa prática configura crime de estelionato.

Em nota, o Banco Central declarou que não entra em contato direto com os cidadãos. Qualquer dado sobre valor a receber só pode ser obtido no Sistema de Valores a Receber (SVR), quando ele voltar a ser disponibilizado, a partir da identificação com login e senha. E acrescentou que as transferências são feitas diretamente pelas instituições.


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