Profissional afirma que evento é tão belo quanto perigoso e que é preciso manter boa distância
Profissional afirma que evento é tão belo quanto perigoso e que é preciso manter boa distância
O desabamento de uma rocha em um cânion na cidade mineira de Capitólio, que deixou mortos e feridos, segundo geólogos, é idêntico ao que acontece com frequência nas geleiras polares.
Em entrevista à CNN, o geólogo e professor do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) da USP, Pedro Luiz Côrtes, comentou que o fenômeno visto é raro de ser presenciado, mas ocorre naturalmente.
“Temos uma encosta muito inclinada no cânion, com rochas sedimentares – como se fosse areia consolidada ao longo de milhões de anos. Esse tipo de material é muito suscetível às questões climáticas: chuva, sol, variação de temperatura”, pontua.
“Aos poucos esse material vai se desagregando. O paredão está naturalmente fraturado. Isso permite a penetração de água [das chuvas], que faz com que essas fraturas sejam ampliadas. Então você cria uma dissociação das colunas de rocha. E com o tempo essas colunas se abatem”, completou.
O professor explica que pelo fato de as pessoas não presenciarem frequentemente esse fenômeno, não se tem dimensão do perigo ao qual estão sujeitas.
“Lembra muito o que acontece nas bordas de geleiras”, comenta Pedro Côrtes.
Ele cita o Parque Nacional Los Glaciares, na região da Patagônia, na Argentina, onde as geleiras estão abertas à visitação de pessoas.
“As equipes de turismo não se aproximam da geleira justamente por esse tipo de problema. Você tem o abatimento de grandes blocos de gelo, que podem causar ferimentos graves ou levar a óbito as pessoas pelo impacto direto ou pela movimentação de água provocada”, disse o professor.
“Sempre deve ser mantida uma distância segura”, complementa ele. Veja mais sobre o assunto nos vídeos a seguir: