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Estes são os primeiros dados levantados pela pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”.
Alguns professores não tinham familiaridade com a tecnologia ou sequer possuíam equipamentos ou conexão adequada
Os esforços dos professores da rede pública do Brasil em promover uma educação de qualidade durante as aulas remotas melhoraram a percepção das famílias dos estudantes quanto à profissão docente.
De acordo com pesquisa Datafolha encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), 89% dos responsáveis reconhecem que os docentes têm um trabalho mais desafiador do que acreditavam antes da pandemia de covid-19.
O levantamento mostra que as famílias passaram a valorizar mais a profissão, tanto que 89% também acreditam que, para dar aulas, é preciso mais preparo do que imaginavam antes da pandemia.
“Quando as escolas foram fechadas como medida sanitária para conter a disseminação do coronavírus, os professores tiveram um enorme desafio para se adaptarem às aulas remotas”, explica a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann.
Digitais
“Alguns não tinham familiaridade com a tecnologia ou sequer possuíam equipamentos ou conexão adequada. Mesmo assim, se reinventaram e trouxeram iniciativas de extrema importância para a continuidade do aprendizado das suas turmas”, afirmou Angela.
“O professor tem papel essencial no desenvolvimento dos estudantes, mas a pandemia reforçou ainda mais a sua importância para um bom relacionamento entre família e escola”, diz o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne.
Segundo ele, os professores passaram a ser mais valorizados pela comunidade escolar, pais e responsáveis e estão sendo fundamentais também para a boa retomada das aulas presenciais.
Mesmo com as aulas remotas, 67% dos responsáveis sentem que os professores são mais respeitados pelos alunos do que antes da pandemia.
Ligação
São eles também a principal ponte entre escola e família. O estudo mostra que 73% das famílias afirmam que o principal apoio no retorno às aulas presenciais vem do contato com os docentes, que estão disponíveis para sanar as dúvidas.
“O esforço de prover uma boa relação entre família e escola vem de antes da pandemia porque garante melhora do rendimento do estudante, além de influenciar em seu comportamento”, comenta a superintendente.
Segundo Angela, ao acompanhar mais de perto a educação dos seus filhos por meio da educação remota, os pais entenderam o quanto é importante olhar para dentro da escola e ser mais atuante.
O professor foi fundamental nesta aproximação. “Podemos aproveitar este legado positivo da pandemia para que os vínculos sejam fortalecidos mesmo após a retomada das aulas presenciais. Isso dependerá do fortalecimento das redes de ensino e escolas, que devem oferecer condições adequadas para o trabalho do professor”, disse.
Disponível
Para 35% das famílias, ter professores disponíveis para sanar as dúvidas é a iniciativa mais importante entre as oferecidas pela escola.
Esse item fica à frente de ações como reuniões com a equipe escolar (19%), orientações gerais da escola sobre como apoiar os estudantes na volta das atividades presenciais (12%), informações sobre o aprendizado ou dificuldades do estudantes (9%).
Também é mais importante do que as orientações sobre os conteúdos que serão repassados ou revistos (8%), ou grupos de pais ou responsáveis para trocar ideias e experiências (5%).
Alfabetização
A pesquisa também questionou os responsáveis sobre o que mais ajudaria na evolução do processo de alfabetização na volta às aulas presenciais.
74% acreditam que a presença do professor nas aulas é o fator decisivo. Apenas 14% consideraram prioridade o acesso aos materiais didáticos (14%) e 8% consideraram a companhia de outras crianças.
A pesquisa
Estes são os primeiros dados levantados pela sétima onda da pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”.
As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 de agosto e 16 de setembro de 2021, com abordagem telefônica, com 1.301 responsáveis que responderam por um total de 1.846 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos da rede pública, em todas as regiões do país.