Vacinas perdem eficácia contra infecção, mas evitam a covid-19 grave e a morte

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 4 de setembro de 2021 às 09:30
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Os especialistas explicam que há várias razões para continuar confiando nas vacinas. Para começar, é importante diferenciar entre eficácia e efetividade

Especialistas explicam as razões para confiança em vacinas, único meio de conter a pandemia

 

A variante delta do coronavírus já é dominante em muitos países, e as estatísticas começam a mostrar sinais de que as vacinas estão perdendo algo de eficácia passados oito meses ou mais.

Mas uma análise detalhada dos dados deixa claro que as vacinas são fundamentais para a luta contra a pandemia, uma vez que continuam evitando que os cidadãos sejam internados com a covid-19 e que possam morrer por causa disso.

Os especialistas explicam que há várias razões para continuar confiando nas vacinas. Para começar, é importante diferenciar entre eficácia e efetividade.

Os testes clínicos controlados das vacinas tinham como objetivo principal evitar a infecção com ou sem sintomas.

Com essa meta, as vacinas podem estar perdendo um pouco de eficácia, mas mantêm sua efetividade, que é a medida do seu impacto positivo no mundo real. Esta foi brutal, pois evitou a imensa maioria de casos graves e mortes.

No Reino Unido, Estados Unidos e outros países também foram encontradas evidências de que as vacinas parecem estar perdendo pouco a pouco a eficácia contra a infecção.

Em muitos casos esta é assintomática, mas também há pessoas que registram algum sintoma.

No entanto, nenhum desses países viu um declínio da efetividade das vacinas contra hospitalizações e mortes. As vacinas continuam salvando vidas.

Nos EUA, o nível de proteção contra a internação por covid-19 antes da chegada da variante delta era de 86% e, depois do seu surgimento, de 84%, uma diferença que não é estatisticamente significativa, segundo estudo recente do Centro de Controle de Doenças.

E o mais importante: a proteção é de 90% nas pessoas sem doenças prévias e chega a 63% mesmo nas mais expostas ao vírus apesar das vacinas, que são as pessoas imunossuprimidas (cujos sistemas imunológicos não funcionam corretamente devido a doenças congênitas ou tratamentos para transplantes ou câncer, entre outros).

Outro estudo recente demonstrou a efetividade das vacinas: no Reino Unido, foi analisada a quantidade de PCRs positivos em mais de mais de 700.000 pessoas antes e depois da chegada da variante delta.

A incidência de infecções graves que exigiam hospitalização foi tão baixa que o trabalho não detectou qualquer mudança na efetividade das vacinas contra a covid-19 grave e a morte por essa causa.

A questão, explicam os especialistas, é que a ciência sobre o coronavírus mudou radicalmente desde janeiro deste ano.

Os estudos de vacinas não são mais realizados com populações selecionadas e em ambientes controlados, mas são estudos observacionais que examinam sua implementação no mundo real.

A maioria dessas análises tenta corrigir fatores que podem distorcer os resultados, como o estado de vacinação, a idade ou doenças anteriores.

De qualquer forma, a vacina continua sendo a melhor forma de evitar a covid-19 grave: os imunizados têm 29 vezes menos risco de hospitalização do que os que ainda não receberam a vacina.

*Informações El País

 


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