Racionamento em Franca: diminuir proteção do manancial Canoas pode ser péssima ideia

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 31 de agosto de 2021 às 11:00
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Diminuir a proteção das nascentes que abastecem o Rio Canoas, que fornece água para Franca, pode ser o início de uma crise hídrica permanente

Rio Canoas, em dias normais, hoje está com a vazão comprometida e provoca racionamento de água em Franca

Há algum tempo circula em Franca informações de um movimento que quer flexibilizar a proteção do manancial do Rio Canoas.

O manancial é entendido como o próprio Rio Canoas e todos os seus afluentes, alguns nascendo na área entre os últimos bairros de Franca e a divisa com Minas Gerais.

Alguns desses afluentes hoje estão secos ou praticamente secos, numa crise hídrica sem precedentes nos tempos recentes. O que antes era córrego hoje não passa de filete de água.

Liderada pela Associação dos Loteadores, a ideia seria permitir o loteamento de extensas áreas que começam nas proximidades do Centro Médico de Franca, fundos do City Petrópolis e vão até as margens do Rio Canoas.

Antevisão

Hoje, toda a área é protegida por lei, criada ainda em 1994, quando o prefeito Ary Baleiro já antevia problemas em caso de eventual escassez fornecimento de água para Franca, exatamente como agora.

O trabalho não ficou apenas na criação da lei. Durante todos esses anos é feita uma ação comunitária de replantio da mata ciliar para proteger as nascentes e os córregos.

Mesmo com a proteção, existem períodos de estiagem que prejudicam o abastecimento de água de Franca, hoje suprido majoritariamente pelo Rio Canoas.

Sem proteção, Franca fica na dependência de poços artesianos que funcionam em mão dupla no município de Restinga: eles tanto abastecem Restinga, como mandam água para Franca.

Sobressalto

A ideia da Associação dos Loteadores tem o apoio do Secretário de Planejamento da Prefeitura, Nicola Rossano. A questão é saber se ele fala em seu nome ou em nome da Administração Municipal.

Se a proposta for em frente, a população francana vai precisar se acostumar com os sobressaltos e também em construir depósitos de água que enfrentem um racionamento de 24 horas a cada 3 dias.

O movimento lobista, que defende o parcelamento do solo naquela área, chegou à Câmara de Vereadores, ainda informalmente, mas com a intenção de levar para frente a flexibilização na área e manutenção dos mananciais.


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