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Parcela dos aumentos de várias hortaliças e frutas, que encareceram em julho nos entrepostos da Ceasa de todo o país, vão alcançar, agora, o varejo.
O consumidor pode pagar o triplo do preço que remunera os produtores no campo
Às 4h, Edir Catarino Silva, de 46 anos, já está de pé a caminho do terreno onde, em dias alternados, colhe chuchu e brócolis. Com sorte, a produção rende R$ 2,14 por quilo no mercado atacadista do entreposto da Ceasa.
Não foi o caso na última terça-feira, quando a cotação do fruto não passava de R$ 1,40.
Quando chegou ao sacolão, o mesmo chuchu passou a ser ofertado a até R$ 2,99 o quilo e em alguns supermercados a dona de casa pagou R$ 3,49 pelo produto, mais de 63% acima da remuneração paga ao produtor.
Das lavouras às prateleiras do varejo, os alimentos sofrem reajustes em cascata, pressão que vem assustando os brasileiros desde o ano passado.
Triplo do preço
Em alguns casos, o consumidor pode pagar o triplo do preço que remunera os produtores no campo, em boa parte trabalhadores contando apenas com o seu suor nos cuidados diários com a plantação e o esforço de suas famílias.
Estima-se que os agricultores familiares sejam responsáveis por colocar 70% dos alimentos servidos à mesa no Brasil.
Com a disparada da inflação da comida, os efeitos da crise hídrica, insumos mais caros nas plantações e outros fatores que influenciam os preços, como o dólar alto, as previsões para os próximos meses são de que alguns produtos devem encarecer 100% a partir de setembro.
Entrepostos
Parcela dos aumentos de várias hortaliças e frutas, que encareceram em julho nos entrepostos da Ceasa de todo o país, vão alcançar, agora, o varejo.
Houve alta de preços para itens como mamão, banana, uma das frutas mais consumidas no país, e maçã.
Com variações nos sacolões e supermercados de 35,98% e 13,32%, respectivamente, cenoura e tomate foram os itens que mais pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês.
(Com base em informações do jornal Estado de Minas)