compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Biofarmacêutica que deu nome à lei Maria da Penha diz que a violência doméstica não tem ideologia: nem de esquerda, nem de direita
A lei Maria da Penha tem como princípio proporcionar mecanismos de proteção à mulher
Rotular o feminismo de progressista pode dar a falsa impressão de que combater a violência doméstica é uma questão ideológica.
Quem diz isso é a mulher que deu nome a uma das mais importantes leis sobre o tema no mundo.
“O problema não é nem de esquerda nem de direita”, diz Maria da Penha Maia Fernandes, 76.
Sua história motivou a criação de uma legislação que completa 15 anos no próximo sábado (7) e tenta blindar a mulher contra agressões de vários tipos —física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.
A biofarmacêutica Maria da Penha dormia quando levou um tiro de escopeta na espinha dorsal, em 1983, aos 38 anos.
Nome de lei
Conheceu o autor do disparo nos anos 1970. Ela fazia mestrado na USP, onde o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros era bolsista no curso de economia.
Casaram e tiveram três filhas. Quando as meninas tinham entre um e seis anos, o marido praticante de halterofilismo contou à polícia que lutou contra quatro assaltantes, e um deles teria atirado em Maria da Penha.
Mentira, decidiu anos depois a Justiça.
A esposa voltou paraplégica, foi mantida em cárcere privado e alvo de novo plano para matá-la.
Maria da Penha sobreviveu para contar. “Minha maior conquista”, diz, “foi batizar a lei que protege todas as mulheres do meu país”.