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Pacientes, frequentemente, descrevem dores de cabeça, dores musculares, articulares e fadiga mental como sintomas pós-infecções
O pesquisador Fabiano de Abreu alerta sobre os perigos dos efeitos permanentes da doença no sistema nervoso em um estudo publicado no International Journal of Development Research.
Fabiano de Abreu é doutor em Ciências da Saúde nas áreas de neurociências e psicologia, mestre em psicanálise pelo Instituto Gaio membro da Unesco, especialista em propriedades elétricas dos neurônios em Harvard e voluntário do exército português para assuntos de coronavírus.
No levantamento, realizado em parceria com o médico e cardiologista Roberto Yano, o neurocientista Fabiano de Abreu mostra preocupação quanto aos traumas que o novo coronavírus gera no âmbito psicológico.
Isto porque ele conclui que o vírus pode penetrar nas células nervosas. Pacientes, frequentemente, descrevem dores de cabeça, dores musculares, articulares e fadiga mental como sintomas pós-infecções.
Somado aos efeitos do isolamento social — que diversos estudos já apontam como um potencializador de doenças da mente, como é o caso da ansiedade, síndrome do pânico e depressão —, a própria doença pode alterar a saúde mental.
Apesar dos estudos, ainda preliminares, apontarem uma gravidade não tão elevada, é ressaltado pelo neurocientista que essas sequelas não são tão fáceis de descobrir e completar um quadro clínico único.
“Mesmo quando os pacientes se recuperam fisicamente, visto que em casos de complicação o corpo fica bastante debilitado, há relatos de perda de memória, desorientação e confusão mental”, diz ele.
Ainda não é de conhecimento a causa dessas experiências, embora também possam derivar da inflamação generalizada que pode se desenvolver com a doença.
“É preciso alertar, porém, que não é incomum que essa fadiga e confusão durem meses, mesmo após um quadro leve da doença”, alerta.
Segundo o neurocientista, a atenção é necessária para avaliar se as sequelas são ou não irreversíveis.
“Pacientes com Covid-19, mesmo recuperados, ainda sofrem com a mudança no paladar e olfato, que pode ser irreversível. Isso está relacionado à lesão causada, principalmente, nos neurônios sensoriais, primários. Com os outros efeitos, a lógica pode ser a mesma”, finaliza Fabiano de Abreu.