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Um debate tomou conta da internet nas últimas semanas: o vício em açúcar pode ser tão agressivo quanto o vício em cocaína?
Vício em açúcar chega a ser comparado ao vício em cocaína
Um debate tomou conta da internet nas últimas semanas: o vício em açúcar pode ser tão agressivo quanto o vício em cocaína?
O médico Ricardo di Lazzaro Filho, explica que, do ponto de vista genético, é possível fazer uma comparação.
Confira!
“Por mais que, em geral, o açúcar não cause danos como as drogas de abuso, do ponto de fisiológico, os mecanismos de dependência são semelhantes”.
“Envolvem vias neuronais relacionadas a prazer e satisfação. Além disso, sintomas típicos de drogas de abuso como compulsão, tolerância e abstinência foram observados em animais com vício em açúcar”.
“Do ponto de vista genético, devem haver variantes no DNA tanto em vias biológicas semelhantes quanto em vias diferentes relacionadas à predisposição de diferentes drogas e ao açúcar”, diz.
A ingestão excessiva de açúcar ainda está associada ao aumento da prevalência da diabetes e da obesidade. No entanto, é possível reduzir o seu consumo.
“A alternativa é reduzir o açúcar gradualmente. O paladar humano se adapta ao consumo exagerado e conforme se reduz o uso, o paladar irá se acostumar a alimentos menos açucarados”.
“Trocar o açúcar refinado por alimentos doces naturalmente como frutas e mel também é uma alternativa”.
“Por último, o uso moderado de adoçantes também podem ser um aliado para a redução do açúcar, principalmente em bebidas amargas como o café. No entanto, também não é recomendado exagerar”, afirma.
Qual o motivo do vício?
A necessidade de ingerir açúcar está diretamente ligada a eficiência energética que ele traz. Isso é um verdadeiro caso de amor para nosso cérebro e nosso corpo.
“Nosso organismo precisa de energia para sobreviver, e a maior parte da energia que consumimos vem dos carboidratos”.
“O que chamamos de açúcar, é um tipo de carboidrato simples, uma molécula menor, mais fácil de digerir e que rapidamente gera energia para o corpo”.
“Por ser uma ótima fonte, não do ponto de vista de saúde mas pelo lado da eficiência energética, nosso corpo e cérebro adoram açúcar”.
“Existem diversas vias neuronais que estimulam o consumo e esse desejo pode ter raízes na evolução dos seres humanos”, diz o médico.
Ainda é importante ressaltar que cada um de nós tem uma sensibilidade diferente à ingestão dos açúcar. Por isso, realizar um teste genético vai ajudar.
“A proteína transportadora GLUT2 é capaz de conduzir a glicose através das células sem a necessidade de mediação da insulina e possui grande importância na detecção dos níveis de glicose logo após a ingestão de alimentos”.
“Essa proteína é encontrada principalmente no pâncreas, fígado, intestino e cérebro e está relacionada à sensibilidade individual à glicose e ao consumo de açúcares”.
“Apesar dos fatores externos influenciarem muito a forma como cada indivíduo se alimenta, fatores genéticos de regulação fisiológica também desempenham um papel importante na escolha dos alimentos ingeridos e podem influenciar a quantidade de açúcares que cada indivíduo consome”.
“No teste, nós avaliamos as variantes que codificam essa proteína e que determinam uma maior ou menor sensibilidade à glicose e um consequente consumo mais elevado de açúcares”, encerra o médico.
*Informações SportLife