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Queda é explicada pelo fenômeno da bienalidade, quando, após um ano de produtividade elevada, a safra cai
Queda é explicada pelo fenômeno da bienalidade, quando, após um ano de produtividade elevada, a safra cai
A safra de café em 2021 será menor que a do ano anterior. Esse fato é explicado pelo fenômeno da bienalidade, quando, após um ano de produtividade elevada, a expectativa é de diminuição nos números da safra seguinte.
Em anos assim, a recomendação de especialistas é para que os cafeicultores intensifiquem, ainda mais, os tratos culturais e cuidados visando à qualidade final do produto.
“Uma safra menor, mas com uma qualidade melhor, pode refletir em ganhos para o produtor”, pondera o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Gladyston Carvalho.
A instituição mineira de pesquisa é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Neste ano, o fator climático também tem preocupado os produtores de diferentes regiões. Entretanto, no mês de fevereiro, as chuvas elevaram as expectativas por uma boa formação e desenvolvimento dos grãos.
“As chuvas no fim do ano passado não foram muito boas, mas neste mês já choveu bastante e as lavouras estão se recuperando bem. A gente tem visto no campo, onde acompanhamos experimentos, que os produtores estão cuidando bem da lavoura. A depender do clima durante a colheita, podemos ter cafés com qualidade muito elevada”, acrescenta Carvalho.
A qualidade na produção depende do emprego de tratos culturais adequados, nas épocas corretas.
“Não se pode atrasar as adubações de solo e é preciso ter muito cuidado em relação ao controle das pragas e doenças e ao manejo das plantas daninhas. É necessário assegurar que o cafeeiro seja muito bem nutrido, que não ocorra mato-competição e desfolha devido aos ataques de pragas e doenças, garantindo, assim, que a lavoura esteja preparada para o período de colheita”, enumera o gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário Ferraz.
Outro ponto de atenção é quanto à colheita, que deve ser feita no ponto ideal, evitando a presença de muito café verde ou a queda de grãos que estejam muito maduros.
“A gente indica que a colheita tenha início com pelo menos 80% dos frutos maduros, para não atrapalhar tanto a qualidade, e que depois seja feito o processo de lavagem, no qual vai haver a separação dos grãos por densidade, separando os “boias” e os verdes daqueles maduros. Essa separação é importante para garantir uma uniformidade melhor de seca”, recomenda o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal.
O pesquisador Gladyston Carvalho ressalta que a adoção de tratos culturais e de práticas de manejo adequadas nos períodos específicos, em conjunto com as condições atuais de clima, reforçam a tendência de uma safra de qualidade.
“Tudo caminha para que a gente tenha um ano de qualidade de fruto boa. As chuvas estão boas agora e, em geral, uma safra menor tem grãos de peneira maior. O que vai determinar o resultado final é, exatamente, a época da colheita. Se for uma colheita com pouca chuva, mantém-se essa perspectiva. Se houver um índice pluviométrico maior, de maio a julho, o cenário pode mudar”.