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Voluntários escutaram as perguntas enquanto dormiam e responderam com piscadas de olhos ou mexendo músculos da face
Cientistas conseguiram se comunicar com pacientes em estudo enquanto dormiam
Quando o ser humano está sonhando, entra em uma complexa rede de memórias e imaginação criadas pelo cérebro.
Ficamos basicamente excluídos da vida real, sem conseguir responder a estímulos.
Porém, cientistas de quatro laboratórios conseguiram entrar em contato com pacientes que estavam sonhando, fazer perguntas e obter respostas. O estudo foi publicado na revista científica Current Biology.
Metade dos 36 participantes do estudo é conhecido como “sonhadores lúcidos”, que percebem, enquanto dormem, que estão sonhando — apenas 10% das pessoas experimenta a situação mais de uma vez por mês.
Com treinamento, é possível aprender a controlar alguns aspectos do sonho.
A outra parte foi preenchida por pessoas que se lembram de pelo menos um sonho por semana.
As quatro equipes de cientistas, da França, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, treinaram os participantes para reconhecer um sonho lúcido, e sinais de resposta, como piscar de olhos, Código Morse por piscada, ou um sorriso, por exemplo.
Quando entravam no sonho, os participantes avisavam os pesquisadores com um desses sinais.
Enquanto dormiam, os cientistas monitoravam a atividade cerebral, movimento dos olhos e contração nos músculos da face.
Em 15 das 57 sessões, seis dos participantes conseguiram avisar que estavam em sonhos lúcidos.
Os pesquisadores fizeram 158 perguntas simples, muitas de resposta “sim ou não” ou problemas fáceis de matemática.
Em 18,6% das vezes, a resposta veio correta. Apenas 3,2% respondeu errado, 17,7% não foi claro na resposta, e em 60,8% dos casos, não houve resposta.
Apesar de os números mostrarem que o processo não é simples, provam que é possível.
Ao acordar, os participantes descreveram os sonhos. Um deles sonhava que estava em um carro, e as perguntas dos cientistas saiam do rádio.
Outro estava em uma festa, quando ouviu o questionamento como se fosse o narrador de um filme.
A ideia da pesquisa é ajudar pacientes a lidar com trauma, ansiedade e depressão, assim como dar ferramentas para resolver problemas, aprender novas habilidades e ter ideias mais criativas.
*Informações Metrópoles