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Descoberta pode ser usada como marcador para detectar doenças cognitivas antes que sintomas apareçam
Lados direito e esquerdo do cérebro envelhecem de formas diferentes
O processo de envelhecimento é geral: Quanto envelhecemos, todo o nosso corpo envelhece. Isso vale também para o cérebro, mas com um diferencial: Nosso cérebro parece não envelhecer por igual.
James Roe e seus colegas da Universidade de Oslo (Noruega) estavam especificamente interessados no córtex cerebral porque o afinamento nessa parte do cérebro está associado ao declínio cognitivo e à doença de Alzheimer.
O córtex é a camada mais externa do cérebro – uma folha fina de “matéria cinzenta” -, essencial para o funcionamento cognitivo de ordem superior, como a memória.
Os lados esquerdo e direito do córtex têm espessuras diferentes nos cérebros de pessoas mais jovens – um fenômeno denominado “assimetria cortical”.
A assimetria é aparentemente uma coisa boa, uma vez que permite que o cérebro funcione de forma otimizada, já que os lados esquerdo e direito são especializados em fazer trabalhos ligeiramente diferentes.
Envelhecimento do cérebro
À medida que envelhecemos, o córtex encolhe, o que gradualmente causa declínio cognitivo, que é uma parte normal do envelhecimento.
Até agora, os cientistas pensavam que os lados esquerdo e direito do córtex afinavam na mesma proporção, seguindo sua espessura original na idade jovem, mas o professor James Roe descobriu que o lado do cérebro que é mais espesso aos 20 anos se deteriora mais rapidamente.
A equipe mediu a espessura de todas as áreas do córtex usando varreduras cerebrais de mais de 2.600 pessoas saudáveis, em toda a Europa e EUA, e em uma amostra de pacientes com demência na Austrália.
Eles descobriram que a assimetria cortical deixa de existir à medida que envelhecemos, comprovando que os dois lados do cérebro se deterioram em taxas diferentes.
A perda de assimetria surgiu em uma idade semelhante na maioria das pessoas (por volta dos 30 anos) e continuou ao longo da vida adulta, com declínio acelerado por volta dos 60 anos.
E exatamente nas mesmas regiões cerebrais, como ocorre no envelhecimento normal, eles descobriram que o lado esquerdo do cérebro encolhe mais rapidamente na doença de Alzheimer.
“É muito cedo para concluir, mas a assimetria cortical poderia ser usada como um marcador para detectar mudanças cerebrais precoces na doença de Alzheimer, que ocorrem antes que os sintomas cognitivos comecem a aparecer,” disse Roe.
*Informações Diário da Saúde