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Ministério da Saúde demorou a se mexer e o país corre o risco de ter vacina, mas não ter seringas e agulhas
O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Carlos Lula, afirmou na última quarta-feira (30), que o Ministério da Saúde demorou a se mexer e o país corre o risco de ter vacina, mas não ter seringas e agulhas.
“O ministério demorou muito nesta aquisição, que já era para ter acontecido”, disse Lula.
“A gente vai acabar não encontrando porque a gente não tem a produção adequada para essa quantidade de demanda, e isso a gente sabe há meses.”
Na última terça-feira (29), o ministério realizou um pregão para tentar adquirir 331 milhões seringas e agulhas, mas as negociações fracassaram.
A pasta conseguiu fornecedor apenas para 7,9 milhões, menos de 3% do previsto.
O preço cobrado pelas empresas ficou acima do valor estimado pelos técnicos do governo federal, o que frustrou o pregão.
Lula disse que é hora de os técnicos do ministério se reunirem com a indústria nacional para discutir o assunto.
“Talvez pontuar a necessidade de a gente não exportar agulha e seringa agora, igual ao que foi feito em relação aos respiradores”, afirmou.
O presidente do Conass defendeu até a requisição administrativa se houver recusa injustificada por parte das empresas em fazer essa entrega ao ministério.
Ele frisou ainda que, a exemplo dos respiradores nos primeiros meses da pandemia, a compra de seringas e agulhas deve ocorrer de forma centralizada “e não numa disputa entre os estados e os municípios”.
Em nota divulgada na quarta, o ministério afirmou que espera fechar o contrato para o fornecimento das 7,9 milhões seringas e agulhas em janeiro.
Esse montante faz parte de um lote de 31 milhões de unidades.
“A contratação ainda carece de avaliação da documentação de habilitação técnica, bem como validação da proposta pela área demandante”, informou.
A pasta não comentou o que pretende fazer em relação aos outros três lotes previstos no edital, totalizando 300 milhões seringas e agulhas.
“Os itens 1, 2, e 3 restaram fracassados porque os lances ofertados pelos licitantes ficaram superiores ao preço estimado pelo Ministério da Saúde e mesmo com tentativas de negociação não foi possível chegar ao valor estabelecido”, afirmou.
Lula disse que o Brasil sempre foi referência em programas de imunização.
“Infelizmente, a gente acabou ficando atrás na vacinação contra a Covid-19, inclusive em relação ao insumos necessários para que a vacinação ocorra.”
*Conteúdo FOLHAPRESS