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Sim, no Brasil mulheres também foram acusadas da prática de bruxaria e condenadas à morte por isso
A famosa frase: “Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem”, ganhou o mundo há séculos.
Ainda que não existam provas concretas ou explicáveis sobre a prática da bruxaria ou magia, o fato é que não dá pra duvidar, mesmo em pleno século 21, do fascínio que o assunto exerce nas pessoas.
Conhecida como a época negra de caça às bruxas na Europa, a Inquisição foi impiedosa com os que eram considerados hereges pela Igreja Católica.
Mas o Brasil também acusou mulheres da prática de bruxaria de forma intolerante e as condenou à morte, injustamente e sem provas.
Conheça a história de cinco mulheres brasileiras que ilustram, tristemente, o período de caça às bruxas no nosso país.
1. Mima Renard
Mima Renard foi uma mulher franco-brasileira que morreu queimada em uma fogueira no ano de 1692, na vila de São Paulo.
Acabou se tornando um dos mais conhecidos nomes durante o período de caça às bruxas no Brasil.
Renard deixou a França e chegou ao Brasil com seu marido René.
Acredita-se que seu marido tenha sido assassinado por um homem que estava interessado em sua esposa, visto que ela era uma mulher muito bela.
Viúva, ela teve que começar a se prostituir para viver.
Foi nesse momento que os boatos começaram.
Outras mulheres passaram a dizer que Renard fazia feitiços para atrair os homens.
Quando dois de seus clientes, casados, começaram uma briga que resultou na morte de um deles, a prostituta foi denunciada ao padre da paróquia local, acusada de bruxaria e feitiçaria.
Ela morreu no ano de 1692, executada em uma fogueira pública em São Paulo.
2. Isabel Pedrosa de Alvarenga
Isabel Pedrosa de Alvarenga também foi acusada de bruxaria.
Um dos “familiares do Santo Ofício” fez uma denúncia contra a mulher, alegando que ela tinha um saco contendo umbigos de crianças, panos com sangue, bicos de pássaros e tufos de cabelo. Tudo isso seria para fazer rituais de magia.
Em 1750, ela foi condenada por esse crime. Acredita-se que, na verdade, Isabela tenha sido uma mulher muito pobre que vivia nas ruas pedindo comida e esmolas.
3. Ursulina de Jesus
Acusada de bruxaria por seu marido Sebastiano de Jesus, um homem com certa relevância em São Paulo, Ursulina foi julgada e condenada por heresia e bruxaria no ano de 1754.
Neste ano, ela ainda foi assassinada em uma fogueira pública.
Sebastiano havia acusado a mulher de tê-lo deixado estéril com o uso de magia negra.
O problema foi que a amante do homem na época, Cesária, ainda confirmou a acusação, testemunhando junto com ele no tribunal contra Ursulina.
4. Maria da Conceição
Maria da Conceição tinha incríveis conhecimentos sobre ervas medicinais.
A mulher usava as técnicas naturais que dominava para ajudar pessoas doentes na região.
O ano era 1798 e, como quase todas as mulheres ligadas a esse tipo de sabedoria, Maria terminou na fogueira.
Também em São Paulo, um padre chamado Luís acusou-a de heresia e bruxaria, provavelmente pelo seu envolvimento com os doentes, o qual o religioso era radicalmente contra.
Ela foi morta em uma execução pública no centro de São Paulo, próximo ao Convento de São Bento.
5. Fabiana Maria de Jesus
Diferentemente das outras mulheres dessa lista, esse caso aconteceu recentemente, já no século 21 — ou melhor, em 2014.
Algumas fake news estavam circulando no bairro em que Fabiana morava, no Guarujá, litoral de São Paulo, alegando que ela fazia rituais de magia negra envolvendo crianças.
O boato de que ela sequestrava meninos e meninas para realizar a bruxaria fez com que ela fosse morta em um linchamento público.
Cerca de 100 pessoas participaram do ato criminoso.
*Informações Aventuras na História