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Passar pelas festas de fim de ano após perder alguém que ama pode ser difícil, mas você não precisa passar por isso só
Lidar com o luto no período de fim de ano é verdadeiramente difícil – foto Freepik
O fim de ano é uma época marcada por festividades e alegrias, tanto por causa dos feriados simbólicos quanto pela temporada de férias e a chance de se reunir com família e amigos.
No entanto, lidar com as comemorações ao mesmo tempo em que encara uma cadeira vazia que evidencia a perda de um ente querido pode ser uma época de luto verdadeiramente difícil.
Conforme explica Mônica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, o luto é necessário para sentir a dor e racionalizar a perda de forma que as lembranças positivas possam ser mantidas sem que sejam dolorosas em um segundo momento.
Passar por esse sofrimento não é nada fácil e tampouco existe um manual que nos ensine como nos desvencilhar dele mais rápido.
Contudo, existem algumas coisas que você pode fazer durante as férias que irão melhorar seu bem-estar emocional e ajudar a lidar com a situação.
O luto em algum momento passa ou “vai embora”?
Mais do que descobrir formas de lidar com esse momento, é preciso entender que não existe um tempo específico que determine quando a pessoa deve parar de sentir uma perda.
É o que esclarece Adiel Rios, Mestre em Psiquiatria e pesquisador no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, ao dizer que o luto tem um ciclo subjetivo que deve ser respeitado.
“Apesar de existirem algumas vertentes que afirmam que o luto pode durar de seis meses a dois anos, é impossível precisar a duração desse ciclo em cada indivíduo”, explica o psiquiatra.
De acordo com o especialista, cada pessoa tem um tempo diferente para superar uma perda e pressionar alguém a voltar a ter uma vida “normal”, sem dar seu tempo necessário, pode implicar em outros problemas ou até um real adoecimento.
“Além de problemas financeiros e profissionais, o quadro clínico de um sujeito em negação pode evoluir para uma possível patologia, como a depressão, ansiedade e isolamento social”, acrescenta a psicóloga Mônica Machado.
Como lidar com o luto no Natal e nas festividades do final do ano
Cada indivíduo tem a sua própria maneira de lidar com suas dores. Para alguns, o Natal é a época para relembrar os bons momentos com a pessoa que se foi e celebrar todas as memórias. Para outros, a data acentua ainda mais a perda.
Ao lidar com a perda de um ente querido, uma coisa a ter em mente é que não existe maneira certa ou errada de passar pelas festividades. Ademais, existem formas de amenizar a questão:
1. Respeite o seu tempo e o seu momento
Se você sente que não está preparado para entrar no clima de comemoração – como montar a árvore de Natal, colocar pisca-pisca na casa etc. – está tudo bem deixar isso passar. Dê a si mesmo permissão para não fazer as coisas que está achando difícil fazer.
2. Permita-se sentir
Todas as emoções, desde a raiva até o alívio, são absolutamente normais. Entenda que o que você está sentindo é válido e que, de fato, os dias que antecedem as datas comemorativas podem aumentar sua tristeza. Por isso, permita-se sentir.
3. Não se sinta culpado por momentos de felicidade em meio à tristeza
Não há problema nenhum em rir e se divertir, mesmo quando o luto é algo recente. Se você encontrou um ponto de distração e alegria entre os amigos, familiares ou na própria companhia, abrace esse momento sem culpa.
4. Faça algo que sente que pode te ajudar
Você pode conversar com alguém ou, se não se sentir confortável fazendo isso, você também pode escrever seus pensamentos e emoções em um diário. Caso queira fazer alguma homenagem para a pessoa que perdeu, faça isso.
5. Não há certo ou errado
Não ignorar o luto, não se isolar, aceitar os seus sentimentos e exteriorizá-los da forma que achar mais correta é o ideal.
Não há certo ou errado, obrigações ou motivo de vergonha, há quem chore mais e há quem prefira se manter em silêncio. Não existem regras de como vivenciar uma perda.
6. Cogite procurar ajuda especializada
Reconstruir a vida pode ser um grande desafio. Para isso, conte com amigos e familiares para este recomeço.
“Se não for o suficiente, aposte em acompanhamento médico especializado e psicoterapias. Juntos eles podem reestruturar suas emoções, impedir novos prejuízos e melhorar a sua qualidade de vida, te impulsionando a um novo ciclo”, sugere o psiquiatra Adiel Rios.
*Informações Minha Vida