compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Uma startup belga planeja testar tecnologia na Lua até 2025 com a ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA)
Uma startup belga planeja testar tecnologia na Lua até 2025 com a ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA)
Os primeiros dez metros de profundidade da superfície lunar poderiam fornecer oxigênio suficiente para sustentar todas as 8 bilhões de pessoas na Terra por um período de 100 mil anos.
É o que avalia o pesquisador e professor em Ciência do Solo da Universidade de Nova Gales do Sul, Austrália, John Grant, ao analisar as informações de estudos realizados ao longo de anos sobre a composição da superfície da Lua.
Segundo Grant, a Lua tem uma atmosfera fina, composta principalmente de hidrogênio, néon e argônio, o que não ajudaria os humanos.
Porém, dentro dessa superfície composta por rocha e poeira, conhecida como regolito, há uma porção imensa de oxigênio para ser extraída.
Estudo promissor
Todo o regolito da Lua é composto de aproximadamente 45% de oxigênio, mas toda essa quantidade de substância que pode ser respirada por pulmões humanos está fortemente ligada a minerais como sílica, alumínio e óxidos de ferro e magnésio.
Para soltar todo esse oxigênio seria necessário empregar bastante força.
Grant diz que a eletrólise, processo que, de maneira simplificada, transforma energia elétrica em energia química, poderia realizar essa transformação e desprender o oxigênio do meio das rochas lunares.
“Esse processo”, explica Grant em um artigo publicado no site The Conversation, “é usado geralmente na indústria para produzir alumínio, por exemplo”.
Uma corrente elétrica é passada através de uma forma líquida de óxido de alumínio (comumente chamada de alumina) por meio de eletrodos, para separar o alumínio do oxigênio.”
Processo inverso
Se o processo fosse realizado nas rochas lunares ele poderia gerar como elemento principal o oxigênio, e demais substâncias como elemento secundário. Na Terra, o processo é inverso, como o oxigênio aqui é abundante, ele é extraído como conteúdo secundário gerado pela eletrólise.
Porém, nem tudo é boa notícia. O processo requer muita energia e precisaria utilizar fontes sustentáveis disponíveis na Lua.
“A extração de oxigênio do regolito também exigiria equipamentos industriais substanciais. Precisaríamos primeiro converter o óxido de metal sólido na forma líquida, aplicando calor ou combinando-o com solventes ou eletrólitos”, explica o pesquisador.
A humanidade já tem tecnologia para fazer isso na Terra e poderia ser utilizada na Lua, o problema é mover o equipamento para a Lua, além de gerar energia suficiente para operá-lo”, disse o professor especializado na distribuição gratuita de conteúdo acadêmico.
Uma startup belga chamada Space Applications Services anunciou que estava construindo três reatores para melhorar o processo de produção de oxigênio por eletrólise e planejava levar a tecnologia à Lua até 2025 com a ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA).