Workshop projeta desempenho da Unesp, USP, Unicamp para o ano de 2022

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  • Publicado em 19 de março de 2019 às 10:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
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Duas questões centrais foram discutidas, como a importância da universidade sobre os ganhos sociais

Pró-reitora de extensão da Unesp, Cleopatra Planeta (em pé, à direita) expõe no fórum realizado na Unicamp (Foto: Reprodução)

3º Workshop Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas, realizado em conjunto com o 1º Fórum de Desempenho Acadêmico e Comparações Internacionais, ampliou o número de instituições de ensino superior públicas envolvidas no debate sobre indicadores de desempenho acadêmico, exercitou uma visão de futuro das instituições para o ano 2022 e introduziu à discussão a construção de métricas de impacto social.

Liderado pelo ex-reitor da USP Jacques Marcovitch e pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), o evento foi realizado no último dia 14 nas instalações do câmpus da Unicamp, em Campinas, e contou com a presença do reitor da Unesp, Sandro Roberto Valentini, do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e do pró-reitor de pós-graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior.

Além deles, também participaram os reitores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Soraya Soubhi Smaili, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Sandra Regina Goulart Almeida, e da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), Germano Rigacci Júnior.

Esta terceira edição do workshop foi a primeira em que representantes de universidades federais e da PUC participaram do debate sobre a construção de indicadores de desempenho acadêmico. O projeto “Métricas.edu”, que está construindo esse debate, é financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O workshop anterior ocorrera em agosto de 2018, no Instituto de Física Teórica da Unesp, em São Paulo.

“Fico muito feliz de ver esse processo. É um esforço de congregar as três universidades estaduais paulistas e, quem sabe, outras irmãs do Estado de São Paulo ou de fora do Estado de São Paulo. É muito importante o olhar dos stakeholders, principalmente da sociedade. Precisamos, sim, mostrar para essa sociedade a importância da educação superior dentro deste país e fortalecê-la”, afirmou o reitor da Unesp, professor Sandro Roberto Valentini. “Vejo que isso é um exercício de comunicação. Nós não estamos sabendo sintetizar em uma linguagem muito simples para a sociedade a nossa importância”, disse.

Vencer o desafio da comunicação, que também foi destaque na fala do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, passa por libertar-se de autorreferências, acredita o reitor da Unesp. Daí a importância da construção de indicadores sólidos que permitam aferições de desempenho acadêmico e comparações internacionais. “Não podemos nos acomodar na questão da autorreferência”, ressaltou Sandro Valentini.

No exercício colocado para as universidades de fixar metas e objetivos para o ano de 2022, o chefe de gabinete da Reitoria da Unesp, professor Carlos Eduardo Vergani, expôs no workshop visão panorâmica do que se pretende no futuro próximo, descrevendo o crescimento e a evolução da Unesp ao longo dos anos, especialmente no ensino e na pesquisa. Vergani ainda detalhou as ações em curso para a sustentabilidade institucional e projetou o horizonte da Universidade.

“A nossa ambição é que a Unesp chegue a 2022 sustentável economicamente, permanecendo como a melhor universidade brasileira jovem, com menos de 50 anos. Desejamos também que se torne mais inovadora no ensino e na produção do conhecimento e que dê maior contribuição para a transformação da sociedade”, afirmou Carlos Vergani.

Impacto social

No Fórum de Desempenho Acadêmico e Comparações Internacionais, a pró-reitora de extensão universitária da Unesp, professora Cleopatra Planeta, discorreu a respeito da construção de métricas de impacto social e regional.

O grupo que discute essa construção, formado por professores da Unesp, da USP e da Unicamp, estruturou as reflexões a partir de duas questões centrais que permearam o debate: as métricas tradicionais traduzem para a sociedade a importância estratégica da universidade no que tange aos ganhos sociais? Essas métricas são suficientes para se obter o reconhecimento da população?

“As métricas tradicionais avaliam as atividades no âmbito da academia, mas é fundamental que se desenvolvam indicadores que evidenciem e comuniquem também o impacto social da universidade”, afirmou Cleopatra Planeta, que também é presidente da Comissão de Avaliação Institucional dos Rankings da Unesp.

A pró-reitora da Unesp ainda lembrou a necessidade de quem trabalha com produção do conhecimento de “sair da bolha”, retomando a questão da autorreferência presente nas universidades públicas, e citou o conceito de coprodução científica, ou ciência compartilhada, que defende o envolvimento das pessoas afetadas pelo objeto da pesquisa em todas as etapas de sua produção, podendo ser até coautoras do trabalho.

“Atualmente, os rankings privilegiam a questão acadêmica e trazem muito pouco a questão dos indicadores sociais. Precisamos mudar o fiel da balança para o lado social”, disse Cleopatra Planeta.


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