Vendas nos supermercados de Franca e região ficam estáveis no mês de junho

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  • Publicado em 5 de agosto de 2018 às 00:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:55
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Além da Copa do Mundo, mês de festa junina fez com que as vendas não ficassem em um patamar negativo

O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE e calculado pela Associação Paulista de Supermercados), no conceito de todas as lojas – que considera todas as unidades criadas no período pesquisado –, apresentou alta de 2,78% no mês de junho em relação ao mesmo período do ano passado. Este resultado fez o acumulado de 2018 chegar a 5,19% de crescimento em relação a 2017.

Já no conceito de mesmas lojas – que considera as unidades em operação no tempo mínimo de 12 meses –, o resultado de junho de 2018 foi 0,92% superior ao mesmo período de 2017, o que fez o acumulado do ano chegar a um crescimento de 3,39%.

“O consumidor brasileiro fugiu dos maiores preços de bares e restaurantes (as pesquisas mostraram que até 92% decidiram assistir os jogos em casa), isso fez com que os supermercados tivessem forte aumento nas vendas, principalmente nas categorias típicas do torneio (cerveja, carnes, petiscos, entre outros)”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.

Fonte: APAS

*IPS: Índice de Inflação dos Supermercados APAS/FIPE

Os fatores que estabilizaram o pós-greve

Entre 25 a 27 de maio, início da paralização dos caminhoneiros, boa parte da população fez grandes compras de abastecimento com medo de ficar sem alimentos e bebidas, estocando produtos em casa, com isso adiantando compras que seriam feitas em junho. Por conta disso, o cenário se apresentava para um mês negativo.

“Junho foi o mês em que os dias de greve dos caminhoneiros tiveram os picos de problemas, com muitos caminhões com produtos dos supermercados presos nas rodovias e as rupturas (falta de produto em gondolas) atingiram seu maior patamar”, avaliou o economista da APAS.

Apesar do cenário ruim que se apresentava, alguns fatores amortecerem o que poderia ter sido um junho desastroso para o setor. Um deles foi a Copa do Mundo, evento que mobiliza toda a população em torno do consumo de produtos específicos e que aumenta as vendas, em alguns casos, foram observadas alta de até 50%.

“Muitos produtos tiveram grande saída durante a Copa, como por exemplo a cerveja, que te aumento de até 50% nas vendas comparadas com dias ou meses normais para categorias. Outros produtos que também tiveram crescimento de vendas como carnes, derivados de carne (petiscos), mercearia doce e salgada, demonstram como a Copa rivaliza em vendas com datas como Páscoa (segunda melhor para o setor)”, comentou Berka.

Outro fator importante está no inverno mais quente que o normal o que tem efeito direto no maior consumo justamente da cerveja, impulsionando ainda mais as vendas. Como a cerveja é um produto que resulta em venda de “acompanhamentos” (carne, petiscos, salgados específicos) as margens menores que ela tem são minimizadas.

Além dos dois fatores já citado, outro que também ajudou a amenizar os efeitos da paralização foi o estoque. No momento da greve muitos varejistas tinham estoques acima do normal (seja por gestão ou por erros de expectativa para um recuperação mais rápida da economia) e assim muitas empresas passaram sem sentir o “desabastecimento”, ganhando participações pontuais de mercado.

“Esses mesmos fatores que ajudaram aos supermercados não ter queda de vendas com um cenário totalmente adverso, poderiam ter feito com que o mês de junho atingisse número recorde de vendas”, avaliou Berka.

Desempenho por Região

Fonte: APAS

Apesar de tudo, a Copa fez com que nem todo o aumento obtido em maio fosse devolvido nas duas regiões negativas. O Interior de São Paulo segue demonstrando força neste ano e conseguiu ter, novamente, resultado positivo nas vendas.

“Esse resultado no interior se deve ao emprego formal retomando seu crescimento de forma mais consistente e a competição menos acirrada como em Campinas e Grande São Paulo”, concluiu o economista da APAS.

Informações Adicionais – Outros Deflatores e Faturamento Nominal

Fonte: APAS

Nota Metodológica: O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.

Sobre APAS Regional Ribeirão Preto: Em 2017, a região de Ribeirão Preto foi responsável por 5,9% do faturamento do setor supermercadista no estado, o que equivale a aproximadamente R$ 6,6 bilhões. Aqui, o setor emprega, aproximadamente, 31 mil colaboradores. Só na cidade de Ribeirão Preto o setor de supermercados faturou no ano passado R$ 1,9 bilhões, o que equivale a 29% da região e 1,7% do faturamento de todo o estado de São Paulo.

A APAS possui 10 regionais em todo o Estado e mais cinco escritórios distritais na capital paulista. A Regional Ribeirão Preto é composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Nilton Cezar Gricki, dos Supermercados Gricki, é o atual diretor regional da entidade.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.467 associados, que somam 3.294 lojas.


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