Varejo deve deixar de faturar R$ 11,8 bilhões em 2020 por causa de feriados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de novembro de 2019 às 17:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:03
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Números consideram os setores do varejo mais sensíveis a compras por impulso; perda 53% maior que 2019

​​Lojas fazem as contas de quanto vão deixar de ganhar nos feriados

O varejo nacional deve deixar de faturar R$ 11,8 bilhões em 2020 por causa de feriados nacionais e pontes ao longo do ano. 

O total é 53% maior do que a perda prevista para 2019, de R$ 7,6 bilhões. 

Segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o aumento se deve à maior quantidade de feriados em dias úteis e mais pontes de emendas em 2020. 

No próximo ano, serão 11 feriados em dias úteis – em comparação a sete neste ano. 

Considerando os índices econômicos que apontam para uma recuperação da atividade produtiva, tanto o comércio quanto o varejo devem se beneficiar de mais vendas em 2020, em uma média diária, o que faz com que cada feriado ou ponte em dia útil leve a uma perda financeira maior para os setores, aponta o levantamento. 

Nesse cenário, o empresário pode calcular com antecedência a queda nas vendas causada pelo feriado e estabelecer uma meta mensal no negócio para reduzir o impacto dessas datas na atividade, compensando com o faturamento nos dias com mais movimentação no estabelecimento. 

Isso pode ser feito com ofertas de desconto para compras antes do feriado; para os negócios com mais disponibilidade financeira, é possível ainda buscar parcerias para conceder benefícios em serviços no feriado que estejam atrelados às vendas (cinema, parque, restaurante, etc.).

Os postos de combustíveis perdem menos que as lojas de varejo

O estudo separa os setores do varejo e o nível de perdas que devem ter no próximo ano apenas em detrimento do fator “feriado nacional”. 

O setor classificado como “outras atividades” é o que deve contabilizar a maior perda: em torno de R$ 4,48 bilhões, com alta de 47% em relação a 2019. Esse grupo inclui os comércios de combustíveis, joias e relógios, artigos de papelaria, entre outros. 

As perdas nas atividades de supermercados (R$ 3,2 bilhões) e farmácias R$ (1,87 bilhão) devem ser superiores em 58% e 59% em relação às de 2019. Juntos, ambos os setores devem responder por 43% do total das perdas estimadas neste estudo para 2020. 

Os demais segmentos que devem deixar de faturar com os feriados e pontes são: vestuário, tecidos e calçados (-46%), com R$ 1,1 bilhão; e móveis e decoração (-61%), com R$ 1 bilhão. 

Se as lojas perdem vendas, o setor de turismo, por outro lado, fica aquecido

Todos esses setores avaliados geralmente são aqueles mais sensíveis à compra por impulso, como locais em que o consumidor geralmente frequenta durante horário de almoço ou no fim no expediente. 

São diferentes daqueles onde a compra é programada – os de bens duráveis –, setores que não perdem com feriados nacionais, já que o consumidor tende a efetuar a compra em outro dia. 

Nesse estudo, a FecomercioSP não considerou os feriados estaduais e municipais – que também prejudicam a atividade comercial. 

Na análise da entidade, ainda que esses R$ 11,8 bilhões pareçam um enorme dano ao varejo, o valor representa 0,6% (ou o equivalente a dois dias de comércio completamente fechado) do faturamento total desse setor em um ano, que é de cerca de R$ 2 trilhões. 

A FecomercioSP ressalta que o estudo tem como objetivo apenas mensurar uma possível redução de movimento no comércio varejista, sem considerar características sazonais e regionais.


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