Vacina contra Chikungunya já passa por testes em seres humanos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de maio de 2019 às 23:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:33
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Principal entrave no combate à doença eram a falta de conhecimento e de financiamento para as pesquisas

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino
Unido, já realizam testes em humanos para obter uma vacina segura e eficaz
contra a chikungunya.

O estudo foi apresentado no Rio de Janeiro, pelo infectologista
mexicano Arturo Reyes-Sandoval, no Simpósio Desafios e Oportunidades na
Pesquisa Clínica em Chikungunya: Produzindo Evidências para Saúde Pública.

A vacina contra o vírus da chikungunya já está em
testes em 24 voluntários no Reino Unido e deve passar por uma nova rodada de
testagens ao longo do ano que vem, com entre 120 e 150 pessoas no México.

Arturo conta que os testes realizados atualmente
buscam uma dosagem eficiente para a imunização, que já demonstrou não
apresentar efeitos adversos.

O estudo no
México deve avaliar também a possibilidade de uma vacina que combine a
imunização da chikungunya e da zika de forma segura. Caso a pesquisa caminhe no
melhor dos cenários, estima, uma vacina contra a doença pode estar disponível
em cinco anos.

O pesquisador afirma que, ao contrário de outros
vírus, o da chikungunya tem uma capacidade limitada de mutação, o que permitiu
que os pesquisadores mapeassem todas as suas formas registradas e criassem uma
vacina com base em uma sequência genética que abrange todas e permitisse
precaver futuras mutações. “Estamos um passo à frente do vírus”,
comemora Arturo.

Ele afirma que o principal entrave para os avanços
no combate à doença eram a falta de conhecimento e de financiamento para as
pesquisas. “Historicamente, a grande dificuldade foi a falta de interesse.
Agora, a chikungunyua está em muitas partes do mundo e está chegando à Europa.
Isso favorece o financiamento.”

A presença do vírus no Brasil e a capacidade de
instituições como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz fazem com que
o país seja um importante parceiro para o futuro das pesquisas desenvolvidas em
Oxford, aponta Arturo Reyes-Sandoval. “Depois de testarmos no México,
considero que o país mais importante para finalizar esse desenvolvimento é o
Brasil. O Brasil tem capacidade econômica e instituições fortes para poder
produzir a vacina.”


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