Uso de álcool antes de dirigir aumenta 16% nos últimos 10 anos no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de junho de 2018 às 19:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Mesmo com a implementação da Lei Seca, 6,7% da população admite usar o carro depois de beber

De 2011 a 2017, o número de adultos que dirige depois
de consumir bebida alcoólica subiu 16% em todo o Brasil. A informação é de um
levantamento feito pelo Ministério da Saúde, que mostrou que 6,7% da população
adulta admite que, mesmo tendo conhecimento dos perigos e da Lei Seca, já saiu
dirigindo mesmo depois de ter ingerido bebido.

Os que mais cometem a infração misturando álcool e direção são os adultos
entre 25 e 34 anos, correspondendo a 10,8%, e com maior escolaridade, 11,2%.
Segundo a análise, os homens são os que se arriscam mais: 11,7% deles admitem o
erro, contra 2,5% delas.

Os dados compõem a pesquisa Vigitel (Pesquisa de
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas) realizada pelo
Ministério da Saúde em 27 capitais entre fevereiro e dezembro de 2017. Para
chegar ao resultado, foram entrevistadas 53.034 pessoas maiores de 18 anos por
telefone.

Apesar de ter a limitação de ser autorrelatada, quando
a pessoa precisa admitir a infração,
a quantidade de casos ainda assim é alarmante, contando que a Lei Seca foi aprovada há dez
anos e tinha, justamente, a função de inibir esse tipo de atitude. O aumento
dos casos entre 2006, quando 15,7% dos entrevistados afirmaram consumir bebida
alcoólica e dirigir, e 2017, quando este percentual foi para 19,1%, sofreu alta
de 11,5%.

Recife foi a capital com menor frequência desse
hábito, onde apenas 2,9% da população comete a infração. Já em Palmas a
situação é mais grave e 16,1% dos entrevistados confessaram combinar bebida e
direção, senda a capital com maior incidência.

Apesar de ser minoria, o número de mulheres que
costumam ter essa atitude cresceu de 2006 (7,8%) para 2017 (12,2%). Os homens
apresentaram estabilidade neste período, mas continuam sendo maioria no geral,
com 27,1% em 2017.

A pesquisa mostrou também que, no mesmo período, em
todas as faixas etárias é possível ver um aumento de casos, exceto os adultos
mais jovens, entre 18 e 24 anos.

A escolaridade também foi um ponto questionado na
entrevista e adultos com 12 ou mais anos de estudo foi o único perfil onde os
casos aumentaram durante os dez anos.


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