Usinas de SP criticam lei que exige lonas no transporte de cana em rodovias

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de março de 2017 às 09:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:09
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Metade das unidades começará safra com equipamentos e a outra metade vai se adequar até junho

A menos de três meses de entrar em vigor em todo o país, uma determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige a instalação de lonas nas carretas que transportam cana-de-açúcar nas rodovias estaduais e federais é alvo de críticas por parte das usinas.

O setor argumenta que os gastos são um ônus desnecessário para a produção de açúcar e etanol e que o transporte de cargas, se feito corretamente, dispensa o uso desse tipo de acessório.

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a medida, aplicada ao transporte de cana e de outros produtos, visa impedir o derramamento da carga nas estradas.

Um dos temas discutidos em um seminário de mecanização realizado esta semana em Ribeirão Preto (SP), a lei deveria ter sido melhor discutida, afirma o presidente do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético (GCEM), Wilson Agapito.

Representante de uma entidade com sede em Ribeirão Preto com mais de 90 usinas associadas, sobretudo no Estado de São Paulo, Agapito garante que a metade das unidades começará a utilizar as lonas em sua frota a partir de abril, quando começa a safra 2017/2018. As demais devem rodar seus caminhões em junho, quando a lei entra em vigor. Por outro lado, o consultor de mecanização Luiz Nitsch estima que 62% das usinas do país ainda não se adequaram.

Depois de ser adiada duas vezes desde 2013, a pedido do próprio setor, a exigência do Contran passará a valer em 1º de junho, o que obriga as empresas a adequarem sua frota, caso não queiram estar sujeitas a multas.

Investimento que pode começar em R$ 240 mil e ultrapassar R$ 3,2 milhões, dependendo da tecnologia utilizada e da quantidade de veículos das unidades produtoras, segundo cálculos feitos com base em estimativas de profissionais da área.

(Texto Rodolfo Thiengo)


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