Tristeza pós-sexo pode atingir homens e mulheres – entenda a disforia

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de agosto de 2018 às 19:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:57
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Embora seja uma sensação bastante estranha e contraditória, ela é bem mais comum do que você imagina

O sexo foi ótimo, você gosta ou mesmo ama a pessoa com quem acabou de transar, todo mundo se respeitou e, mesmo assim, você sente uma vontade incontrolável de chorar. Embora seja uma sensação bastante estranha e contraditória, ela é bem mais comum do que você imagina. E tem nome: disforia pós-coito.

Como o nome sugere, a disforia é uma sensação oposta à euforia, normalmente o sentimento associado ao orgasmo. Às vezes, além da vontade de chorar, a pessoa pode ficar irritada e agir de forma abusiva com o parceiro. A ideia de dormir de conchinha é quase uma tortura.

O distúrbio acomete homens e mulheres quase que igualmente. Um estudo de 2015, publicado no Jornal de Medicina Sexual, apontou que cerca de metade das mulheres tiveram disforia pós-coito ao menos uma vez na vida, e 5% delas tiveram diversas vezes no período de um mês. E, outro publicado no fim do mês passado no Jornal do Sexo e Terapia Conjugal revelou que cerca de 40% dos homens lidaram com o problema ao menos uma vez na vida, e 4% afirmaram apresentar os sintomas regularmente.

Os participantes do estudo descreveram sentir “muita vergonha”, “auto-aversão” e “sensação de vazio e pouca satisfação consigo mesmo e onde estão”. 

Embora comum, a disforia pós-coito não é bem compreendida e não se sabe exatamente o que pode causá-la. Alguns pesquisadores acreditam que ela esteja relacionada a algum processo hormonal na amígdala neural, parte do cérebro que controla nossos sentimentos e emoções. Outros associam o distúrbio a estresse psicológico ou fatores culturais. Finalmente, há quem estude o papel da genética na disforia pós-coito.

Enquanto a ciência não desvenda o mistério das causas, ela dá embasamento (e quase um alívio) para aceitarmos que a sensação de tristeza é perfeitamente normal e não significam o fim da sua vida sexual. E, se o problema persistir, convém buscar um médico para encontrar maneiras de lidar com os sintomas.


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