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Centro de Sismologia diz que são necessários mais levantamentos antes de confirmar causas dos tremores
Um relatório parcial do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo aponta como baixo o potencial de tremores de terra causarem riscos à população de Sales Oliveira (SP).
No final de agosto, os técnicos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) instalaram sismógrafos na cidade de 11 mil habitantes depois que moradores relataram sismos frequentes. Em dois meses, foram pelo menos sete abalos.
No documento divulgado esta semana, o professor Marcelo Assumpção afirma que não é possível antever a incidência e a intensidade dos sismos no futuro, mas que, em uma avaliação preliminar, não apontou motivos para preocupação.
“Os tremores de Sales Oliveira têm magnitudes muito baixas e não devem acarretar problemas sérios em Sales Oliveira. Tremores de terra são imprevisíveis e não é possível afirmar com certeza quando a atividade vai acabar e nem se ocorrerão tremores mais fortes do que os atuais”, explicou.
Apesar disso, moradores como a dona de casa Helena Rodrigues Luiz estão preocupados. Segundo ela, um abalo foi suficiente para quebrar parte do piso da cozinha dela.
“Eu estava aqui na cozinha arrumando o almoço, em torno de 12h30, 13h, eu estava ali na pia e senti tremer o meu pé, o pé vibrar, olhei para o chão e escutei uns estalos, o piso todo começou a se levantar”, relata.
De acordo com Assumpção, a perfuração de poços artesianos – causa relacionada aos abalos registrados anteriormente em outras cidades da região – ainda não foi evidenciada em Sales Oliveira.
Segundo ele, avaliações mais detalhadas devem ser feitas e um novo relatório deve ser divulgado em outubro.
“É provável que outros levantamentos geofísicos sejam necessários para determinar as propriedades dos solos e da camada de basalto, ajudando a confirmar (ou não) a relação entre poços e os tremores.”
Segundo o IAG/USP, ainda não foi possível analisar mais dados porque apenas uma estação enviava sinais via internet para a central em São Paulo.
Nesta sexta-feira (4), outras três foram conectadas online para a transmissão dos dados.
“A Prefeitura também passou os horários em que ocorreu cada evento. Então, o que nós vamos fazer é conseguir com esses dados analisar um pouco melhor, talvez verificar da onde está saindo esse epicentro”, disse o engenheiro elétrico Daniel Rios de Rosa, do IAG/USP.
O relatório do instituto menciona tremores ocorridos anteriormente em Fernando Prestes (SP), em 1959, Nuporanga (SP), em 1977, 1978 e 1989, em Bebedouro (SP), em 2004 e em 2009, e em Taquaritinga (SP), em 2016 e 2019, todos eles, no entanto, de proporção mínima.
“As máximas magnitudes não ultrapassaram 3.0 na escala Richter, normalmente insuficiente para causar grandes danos.
Em todos esses casos os tremores ocorreram na forma de séries esporádicas de abalos alternando períodos de atividade com períodos mais calmos”, explicou Assumpção.