Transporte escolar está parado e enfrenta período de indefinição

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de abril de 2020 às 12:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:36
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Pandemia afetou mais de 2,2 mil alunos que usavam Vans e micro-ônibus diariamente em Franca

​A pandemia do novo Coronavírus fez com que as escolas fechassem as portas e mandassem seus alunos para casa. 

Alguns, para ter aulas e atividades à distância, outros para as férias que tirariam só em julho.

Isso afetou diretamente o transporte de vans e micro-ônibus. São 170 profissionais que trabalham no segmento em Franca, aproximadamente.

O transporte escolar em Franca envolve mais de 2,2 mil alunos. Por dia são transportados em cada Van uma média de 65 alunos. 

E cada Van tem o seu proprietário que, nessa época de pandemia, está negociando com os pais, já que pelo contrato que tem com os pais, o transporte envolve 12 meses. 

Ronald Essado de Souza, presidente da Associação do Transporte Escolar, ressaltou que o jeito é fazer a negociação individual e buscar uma melhor saída para essa situação, já que a pandemia afetou a todos. 

A regra é de que os contratos feitos entre os donos de vans e pais geralmente é anual, com divisão do pagamento em 12 parcelas. 

Mas a crise na saúde também reduziu a renda de muitos pais e levou alguns ao desemprego. Até o momento a legislação não obriga as escolas a concederem descontos nas mensalidades.

Por outro lado, os motoristas de vans não se enquadram em nenhum plano emergencial anunciado pelo pelo governo .

Tem projetos em discussão no Congresso Nacional e em assembleias estaduais que tentam o abatimento na cobrança por conta da pandemia. 

Enquanto nenhum deles é aprovado, especialistas recomendam aos pais ou responsáveis procurar pessoalmente as escolas para negociar o pagamento das parcelas e pedir abatimento do valor de seus serviços que não estão sendo prestados como transporte escolar e aulas de natação e balé.

Essado diz que não quer impor nada. “É preciso bom senso, pois transportamos um bem maior que são as crianças. E não vejo motivo para termos este tipo de impasse. Acredito que logo tudo voltará ao normal. Como vai ficar nossa relação?”

Aline Rocha, que tem uma filha e trabalha na indústria calçadista, explicou que buscará entendimento com a escola e com o dono da Van. 

“Não vejo outra saída”, disse. Ela está preocupada pois seu marido trabalha com carteira assinada e vai ter o salário reduzido em 25%, redução permitida pela medida provisória 936 assinada no dia 1º de abril pelo presidente Jair Bolsonaro.

A principal orientação dos especialistas é procurar a escola de forma individual e explicar a situação financeira da família. 

Pedidos em grupo tendem a ser frustrados, pois a escola compromete parte maior do orçamento do que quando faz acordo com apenas alguns pais.


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